Deserto de competência
Li na coluna de Giane Guerra da Zero Hora matéria sobre os bicos mais preferidos dos gaúchos. Cuidar de pets, garçom, eletricista, diarista, motorista, entre outros me chamaram atenção. Fico na dúvida se é uma boa contratar um eletricista não profissional, por exemplo, e também não sei como alguém se encaixa como garçom em estabelecimento mais exigente.
O que quero dizer é que tenho medo de amadores. Pressupõe-se que, na elaboração da lista, a jornalista tenha levado em conta que eletricista não tenha sido um profissional desta área, então justifica meu temor. Existe uma coisa nestas plagas que sempre me chamou atenção: quem diz que sabe fazer tudo não sabe fazer nada a contento.
Vejam a mão de obra disponível. É cada vez mais difícil achar alguém que conserte persianas, um bom carpinteiro, eletricista nem se fala. Especialmente, alguém que seja polivalente. Já nem, falo de técnicos de eletrodomésticos, porque aí é filme de terror. Sem falar no artifício desonesto de dizer que determina peça da geladeira ou da TV está gasta quando ela está nova. Esta é uma praga que se espalha.
Nos tempos em que morei em Montenegro, recordo de um senhor que já na época era contra a entrada de amadores em campos de profissionais.
– Bico é pra nenê! – vociferava.
Pois também acho.