De volta à máquina de escrever
O jornalista Carlos Bastos e o empresário Jayme Sirotsky (de pé, do lado direito) organizaram um almoço na Churrascaria Santo Antônio para os jornalistas d’antanho. Foi um belo encontro, com depoimentos emocionados dos velhos tempos.
O jornalista Nilson Souza providenciou até máquinas de escrever para quem quisesse catar milho, termo usado para os dedógrafos, que usavam só dois dedos – eu uso só dois até hoje, com raras convocações dos polegares.
Não faz muito, uma colega assessora de imprensa contou que um estagiário disse a ela que agora sim acreditava em máquina de escrever, porque tinha visto uma. Essa e outras histórias salpicavam as carnes macias do estabelecimento do Jorge Aita.
Dentro da máxima “perco o amigo mas não perco a piada” – brincadeira – no fim do lauto banquete patrocinado pelo Jayme, disse ao Carlos Bastos que realmente os tempos eram outros. Nas décadas passadas, as socialites ocupavam o seu tempo ocioso participando de benemerências, como Liga de Combate ao Câncer e outras do mesmo jaez. Hoje, falei, gente como o Bastos se dedica à Liga da Terceira Idade.
De certa forma, também é benemerência.
Li essa matéria e fiquei aliviado. Passei pela eras da máquina de escrever mecânica,depois elétrica,e por fim o computador (que entrei muito tarde porque não tinha mais como “escapar”),sempre “dedografando”,ou seja, “catando milho”. Agora mesmo estou escrevendo no computador só com dois dedos,um de cada mão. Mas mesmo assim escrevo rápito e passei uma vida ativa como advogado sempre “dedografanfo”. Mas em parte continuo com vergonha. Não uso nem o “dedão” polegar,como o jornalista Fernando Albrecht. Mas a minha máquina de escrever r ainda sempre está de prontidão.