Da pensão à república
Uma das coisas que me fascinam é quando alguém descobre o famoso nicho inexplorado do mercado, o ovo de Colombo que ninguém viu antes. Caso dos Juliano Antunes e Celso Martineli, que criaram a Uliving Brasil, empresa especializada em desenvolver e administrar residências para universitários que moram longe, com cozinha, internet e salas de estudo.
Lembro como era difícil estudantes do Interior gaúcho acharem um lugar para morar que fosse barato, era quase missão impossível. A saída primeira era uma pensão – a não ser que seus pais tivessem grana para alugar um apê – em que várias pessoas dormiam num mesmo quarto. Ruim, né? Quando se tinha algum recurso a saída era a tradicional república. Morei em, deixa ver, duas. Se fosse um prédio mixuruca, sem aquelas fofoqueiras de plantão, dava até para levar uma mulherzinha na moita.
Residi também em uma das sete famosas Casas da JUC (Juventude Universitária Católica), mantidas pelos Irmãos Maristas. Custo zero ou quase, mas você tinha pouca autonomia. E tinha que lavar louça e chão, essas chatices.
Morei dois meses em uma, na descida da rua Mostardeiro, em frente ao hoje Parcão. Quando chegou minha vez de lavar louça, coisa que definitivamente não estava nos meus planos de governo, mudei-me para uma república com mais três amigos, um apartamento no edifício Bagé, na rua Barros Cassal.
Esse teve histórias, e como teve! Mas essa já é outra história.