Da maçã à pimenta
Mesmo já fora da idade do espanto, teoricamente, ainda me caem butiás do bolso ao ver documentários sobre técnicas agropecuárias da TV europeia, em especial a Deutsche Welle e a TV5 francesa, principalmente esta última. Vi com estes olhos que a terra há de comer como uma família na Normandia cuida dos seus pomares de maçã – a França tem mais de uma centena de variedades. Então, já começou aí o espanto.
O documentário mostra como eles conseguem o máximo de produtividade com mínimo de perda. Entre as centenas de macieiras, plantam um capim com um palmo de altura, sempre verdejante. Quando estão maduras, elas caem do pé. Eles não as arrancam dos galhos. O pater famílias explicou que as que estão no solo estão mais doces e duram até três dias porque cobertas pelo capim, que também é mais fresco e as conserva.
Evidentemente que eles têm séculos de experiência e aprimoramento destas técnicas, mas não me conformo que o Brasil não pratique esse conhecimento nas nossas lavouras, especialmente. Não vou garantir que esta técnica seja aplicável aqui, mas quem sabe se dá certo? E é apenas uma das tantas surpresas/espantos que me assolam.
Não é só na maçã. A Holanda, que é o maior exportador de pimenta da Europa, planta as pimenteiras em enorme estufas climatizadas com iluminação obtida pela energia solar. O mais notável é que não usam terra, usam lã mineral, como se fosse barba de pau, feita de rochas. Algumas delas têm mais nutrientes do que o solo.
Como dizia aquele velho pecuarista de Quaraí nos anos 1980, depois que inventaram a debulhadeira de milho, não duvido de mais nada.
Quantos restaurantes e churrascarias a oferecem em Porto Alegre e no interior do estado? Casa de ferreiro, espeto de pau.