Cry for me, Argentina
Revi o clássico “A felicidade não se compra”, de 1946. No elenco está uma atriz cujo nome é Argentina Bruneti, nascida em 1907 e falecida em 2005. Viveu bastante, a senhora. Chamou minha atenção o seu prenome. Antes e depois da II Guerra Mundial, o vizinho pais gozava de grande prestigio. Além do tango, que era dançado em todo o mundo, suas carnes eram igualmente famosas, eles levaram décadas para criar o “churrasco argentino” e a cadeia de restaurantes europeus com o baby beef, de atração maior. Conheci um em 1985, em Berlim. Tudo isso foi para o brejo com uma sucessão de presidentes ruins, com o casal Kirchner ponteando a lista.
Quando a guerra terminou, pouquíssimos países tinham mais reservas cambiais do que antes do conflito, entre eles os hermanos e o Brasil. No nosso caso, a maior parte foi gasta em importações inúteis, como celuloide, uma espécie de plástico mole, obra do presidente marechal Eurico Gaspar Dutra. Era piá quando ganhei suspensórios de celuloide de cor azul.
Quando li “Argentina Bruneti” fiquei matutando. Como pode dois países sair de uma situação cômoda para a desgraça em menos de 50 anos. Certa vez em, 1971, fui a Libres, vizinha a Uruguaiana, e entrei em um restaurante para almoçar. Perguntei ao cordial garçom qual era o prato da casa.
– Todos, señor, todos.
Vocês precisavam ver o orgulho com que ele disse a frase. Dali para a frente viramos fumaça. Nós e eles.
Pois é , ainda acho que eles estão piores ou, será que, eu sou você amanhã !?