Como se caçam minas (final)

14 nov • A Vida como ela foiNenhum comentário em Como se caçam minas (final)

De todas as histórias que ele contou, e lamento profundamente não ter ouvido mais, ter conversado mais com ele sobre o assunto, nunca esqueci como um barco caça-minas caça as minas. Como é sabido, estes artefatos lançados no mar são presos no solo marinho por uma espécie de âncora. Eles ficavam submersos e não eram visíveis da superfície. Desnecessário dizer que era uma arma terrível.

A imagem recorrente é uma bola grande cheia de espigões, que continham as espoletas. Ao se chocar com o casco submerso, explodiam. Quando as redes do caça-minas as apanhavam e arrastavam para a superfície, os melhores atiradores da tripulação, do cozinheiro ao capitão, miravam nos espigões com o fuzil SIG44, abreviação de Sturmgewehr 44, Precisava mesmo de bons atiradores, pois a distância era longa e não era fácil acertar bem na ponta dos espigões – as espoletas – até porque a mina flutuava ao sabor das ondas e mudava de posição a cada segundo.

O que significa que os marujos lutavam de duas formas, por assim dizer. Uma na guerra e outra dando tiro de fuzil em minas que, se não fossem detonadas a uma distância prudente, acabavam explodindo o vaso de guerra e o cara que acertou na espoleta.

Fernando Albrecht é jornalista e atua como editor da página 3 do Jornal do Comércio. Foi comentarista do Jornal Gente, da Rádio Band, editor da página 3 da Zero Hora, repórter policial, editor de economia, editor de Nacional, pauteiro, produtor do primeiro programa de agropecuária da televisão brasileira, o Campo e Lavoura, e do pioneiro no Sul de programa sobre o mercado acionário, o Pregão, na TV Gaúcha, além de incursões na área executiva e publicitário.

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