Como era verde meu vale
Escrevi – na página 3 do Jornal do Comércio – um fato estarrecedor para os gaúchos que ainda acham que somos os reis da cocada preta: de Santa Catarina emplacar mais carros 0Km do que o Rio Grande do Sul. Ali, ali, mas passou, algumas centenas além de 102 mil, maioria automóveis. A diferença do IPVA (2% lá e 3% aqui) pode ser parte da explicação, porque muita gente emplaca seu carro em plagas catarinenses.
Bananeira que já deu cacho
OK, mas não serve de consolo, pelo simples fato de Santa Catarina ter 7 milhões de habitantes (em números redondos) e nós 11,5 milhões. Então o fato continua sendo vexatório para nós. O ICMS tem alíquota menor, a gasolina custa 50 centavos a menos, e assim vai. Não se trata de culpar o governo atual. Nós nos enterramos há décadas. Coisas conhecidas, arrogância, falta de união, máquina pública inchada, entre outros fatores.
Inimigos na mesma trincheira
Com casa lotada, o debate no Tá na Mesa de ontem, na Federasul, teve o momento mais tenso da campanha eleitoral até agora. Mateus Bandeira (Partido Novo) e Eduardo Leite (PSDB) protagonizaram um forte discussão com acusações mútuas. E o candidato do PT, Miguel Rossetto, mereceu murmúrios de reprovação quando chamou a presidente da entidade Simone Leite de “presidenta”.
Caprichos de eleitor
A reprovação da população ao governo de Michel Temer recuou nove pontos percentuais do início de junho até agora, embora continue acima de 70%, além de não ter aumentado a aprovação à gestão. Talvez porque a mídia largou Temer de mão, talvez porque a economia vai reagindo, por incrível que pareça.
Reação industrial
Um exemplo: o indicador de utilização da capacidade instalada da indústria brasileira subiu para 68% em julho, recorde em quatro anos. O dado é da Confederação Nacional da Indústria (CNI).
Surpresa
O indicador que me surpreendeu foi a constatação do Datafolha que apenas 33% estão insatisfeitos com a vida que levam, e 66% acham que estão numa boa.
Jogo duplo
Sempre fico com um pé atrás, porque dependendo da pergunta e suas circunstâncias, Deus pode parecer o diabo e vice-versa.
República da Cadeia
O ministro Marco Aurélio Mello, do STF, disse que é uma questão “em aberto” a possibilidade de réus em ação penal serem eleitos para a Presidência da República e assumirem o comando. As orelhas de Jair Bolsonaro esquentaram porque ele é réu por incitação ao estupro na Corte. Se um dia for preso, seremos o país da cadeia, incluindo os notáveis que já estão vendo o sol nascer quadrado.
Paulo, o Esquivo
Tivemos vários nomes na história com o adjetivos, Pepino, o Breve; Plínio, o Moço; e o Brasil pode se orgulhar de ter Paulo Maluf, o Esquivo. Só agora a Câmara cassou seu mandato, décadas depois das suas aprontadas com o erário. Com bons advogados e grande dose se esperteza, Maluf é do tipo de botar suspensório em cobra correndo. Até agora.
Deu pra ti
Interessante a entrevista do cineasta e ex-executivo do Conselho Nacional do Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), o paraibano Paulo Melo, na série Nêumanne Entrevista. A certa altura, ele afirma que “o grande esforço nacional seria no sentido de esquecer Lula, por um simples e prosaico motivo: ele já deu o que tinha a dar”.
Renovação estática
Pode-se contestar Melo, mas é inegável que o PT se transformou um Partido de Um Homem Só. Veja-se o caso gaúcho. Os nomes postos pelos petistas para o Governo do Estado são os mesmos há décadas, a maioria do início dos anos 1990. Não há renovação no partido das mesmas estrelas. Aliás, é um antigo vício da esquerda.
Jornal do Comércio
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