Colecionador de cretinices

20 abr • A Vida como ela foiNenhum comentário em Colecionador de cretinices

 Eu sou um colecionador de cretinices. Oficiais, principalmente. Não que goste, mas por dever de ofício. É uma maldição que vem dos tempos em que a humanidade evoluiu do macaco alfa para a chefia da aldeia.

Na realidade, muitas chefias dizem besteiras ou tomam decisões bestas insufladas por assessores. Tirando os poucos que realmente são bons, o resto foi invenção do Foguista Lá de Baixo. Se não criação, pelo menos frequentaram um curso de aperfeiçoamento bancado pelo demo.

Quando leio ou ouço os mais realistas que o rei defenderem a chefia e esgrimindo argumentos sem pé nem cabeça, tenho a impressão de que alguns deles têm um orgasmo. Múltiplo. Um a cada menção do nome do líder.

É curioso esse suicídio de pessoas públicas. Em vez de se cercar por profissionais qualificados, dão preferência aos puxa-sacos. Dá no que dá.

Esta é uma das tantas estupefações que também tenho colecionado ao longo da minha carreira. É como ouvir que o bacon foi inventado pelo político, filósofo e ensaísta inglês autor da Frase do Dia aí do lado.

O pensador espanhol Jose Ortega Y Gasset disse uma frase que ficou famosa, o homem é o homem e suas circunstâncias. No caso, as circunstâncias são os assessores, que, não raro, deixam o homem público de calças arriadas. O que é uma circunstância muito embaraçosa, para dizer o mínimo.

Fernando Albrecht é jornalista e atua como editor da página 3 do Jornal do Comércio. Foi comentarista do Jornal Gente, da Rádio Band, editor da página 3 da Zero Hora, repórter policial, editor de economia, editor de Nacional, pauteiro, produtor do primeiro programa de agropecuária da televisão brasileira, o Campo e Lavoura, e do pioneiro no Sul de programa sobre o mercado acionário, o Pregão, na TV Gaúcha, além de incursões na área executiva e publicitário.

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