Coitado do Evo

12 nov • Caso do Dia, NotasNenhum comentário em Coitado do Evo

Mas que barbaridade que fizeram com o companheiro Evo Morales, vivente! Deram um golpe e pisaram na constituição quando ele viu primeiro, há dois mandatos atrás! Ele podia ter gritado que, golpe por golpe, o dele se deu pelas urnas. Mas não, preferiu ficar silente. Ainda bem que o companheiro Lula pulou na frente e disse que foi golpe. Da direita, claro. Não duvido que cortem até a aposentadoria do INSS deles.

DAQUI NÃO SAIO…

Na América Latina é assim, a esquerda só acusa o golpe, não o pratica. O que ela faz é se perpetuar no poder como o companheiro Fidel Castro, o mano Raúl e agora o novo CEO marxista. Isso não é golpe, certo? Justiça seja, feita, nunca se viu manifestação contra Fidel nas ruas de Havana e nem na Sierra Maestra.

…DAQUI NINGUÉM ME TIRA

Como sabem até as pontas da estrela vermelha, o marxismo tem sua santíssima trindade, Engels: Marx e Lenin. O barbudo chefe ficou mundialmente famoso ao escrever uma obra que só não tem menos leitores que o Ulisses, de James Joyce, chamada Das Kapital. Suspeito que muita neta e neto das viúvas de 1917 confundiu o título da obra como alguma obra neoliberal.

ENGELS DIXIT

Um dos três da santíssima trindade comunista, Friedrich Engels, escreveu “nada ocorre na natureza em forma isolada. Cada fenômeno afeta a outro, e é por seu turno influenciado por este”. Perceberam o brilhantismo do alemão? Inventou o conceito moderno de meteorologia. Ou, como eles dizem, quando uma borboleta bate as asas em Nova Iorque muda o clima de Paris,

LIDO, MAS DE BRINCADEIRINHA

Nos idos de 1970 dizia-se que a obra de Marx era como nosso Hino Nacional, comprido e chato. Ainda acho que se dessem a tarefa de transformar a obra-prima marxista em novela, a Globo encararia. Claro que com Juliana Paes, no papel da mulher de Marx. Quanto às passagens técnicas incompreensíveis do livro, os roteiristas podiam fazer como faz a Mesa da Câmara dos Deputados: ante a premência do tempo, o presidente da Casa declara “dou o discurso como lido”.

TORTURA

Só eu ouvi pelo menos uma dúzia de discursos não lidos mas devidamente arquivados nos anais da Câmara. E olha que só foi a Brasília umas sete ou oito vezes e já fiquei chateado com essa fala. Imagino que um assessor parlamentar fique traumatizado com tanto discurso arquivado. Mas tudo tem o lado bom: já pensou em ouvir discursos de suas excelências de ponta a ponta?

TUDO TÃO ESTRANHO…

Porto Alegre tem uma administração estranha. De algum tempo para cá colocaram todas as máquinas na rua para…pintar faixas demarcatórias para os ônibus. Devem ter usado todo o estoque de tinta, especialmente da cor azul. Já os buracos continuam, esses sim imitando o Hino Nacional, na parte “deitados eternamente em berço esplêndido”.

E A ESQUINA, PREFEITO?

Já escrevi na página 3 do Jornal do Comércio, Nelson Marchezan Jr, têm grandes projetos no atacado, mas se perde no varejo. Como dizíamos nos anos 1980, tudo sobre a China, nada sobre a esquina.

O CARROSSELL

Falei para meu amigo António do Mercado – é assim mesmo, não é com circunflexo – que minha profissão é a pior do mundo, especialmente os colunistas. Escrevemos sempre sobre as mesas coisas, as mesmas cacacas, as mesmas vãs esperanças e as mesmas perdas dos bondes da história. Tem que ter saco de filó. E olha que nunca matei um só passarinho para ser castoigado desse jeito.

Fernando Albrecht é jornalista e atua como editor da página 3 do Jornal do Comércio. Foi comentarista do Jornal Gente, da Rádio Band, editor da página 3 da Zero Hora, repórter policial, editor de economia, editor de Nacional, pauteiro, produtor do primeiro programa de agropecuária da televisão brasileira, o Campo e Lavoura, e do pioneiro no Sul de programa sobre o mercado acionário, o Pregão, na TV Gaúcha, além de incursões na área executiva e publicitário.

FacebookTwitter

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

« »