Coitadismo

23 mar • Caso do Dia1 comentário em Coitadismo

    Quando um país se corrompe, começa se corrompendo pela linguagem. A frase de Octavio Paz, Nobel de Literatura de 1990, parece ter sido feita sob medida para o Brasil. A aceitação de erros de ortografia, coesão e coerência nas provas do Enem, mostra mais uma vez como estamos em uma corrida acelerada rumo ao analfabetismo funcional. Em vez de corrigir a mediocridade, a premiamos, sob o puído e vasto manto do coitadismo.

Jogo duro

    Eu vejo isso na minha profissão. É de doer o que leio. Mas não é exclusividade nossa. Claro que temos uma fatia de gente competente, mas boa parte – reluto em dizer a maior parte – é jogo duro. A tragédia não se resume a escrever errado. A tragédia é que pessoas assim tem baixo estoque de palavras e sem elas não se consegue transmitir ideias, verbalizadas ou escritas.

Fernando Albrecht é jornalista e atua como editor da página 3 do Jornal do Comércio. Foi comentarista do Jornal Gente, da Rádio Band, editor da página 3 da Zero Hora, repórter policial, editor de economia, editor de Nacional, pauteiro, produtor do primeiro programa de agropecuária da televisão brasileira, o Campo e Lavoura, e do pioneiro no Sul de programa sobre o mercado acionário, o Pregão, na TV Gaúcha, além de incursões na área executiva e publicitário.

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One Response to Coitadismo

  1. Gustavo DAvila disse:

    Caro Albrecht
    Assim como no mundo do jornalismo, nas letras jurídicas ocorre o mesmo. Profissionais que sequer sabem escrever palavras simples, menos ainda falar. Apesar de formalmente habilitado há apenas uma década, sempre tentei primar pela erudição, à toda evidência sem exageros. Já fui questionado em audiência, por juiz, sobre o que eu queria dizer com determinada palavra. Tudo bem que o tal juiz parecia ter saído dos bancos escolares há poucos dias, era até mais novo do que eu, mas não conhecer o nosso vernáculo (a propósito, era esta a palavra que eu havia dito que não foi compreendida pela Excelência). Que tal?

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