Chegou a hora…

28 jul • Caso do Dia, NotasNenhum comentário em Chegou a hora…

…de os jornais encontrarem pautas para fugir do tema vírus, mas cadê os repórteres que estavam aqui? Quem não foi despedido está em outras funções vitais, tais como ficar pendurado no telefone ou participando de lives, enfadonhas na maior parte.

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Há muito tempo, quando a preocupação dos donos de jornais era oferecer um bom produto, repórter passou a não reportar mais. Fiquei rouco de tanto reclamar disso. É claro que não foram todos, havia e ainda há quem valorize o jornalismo cara a cara. Mas a tecnologia perversa adulterou a forma de ouvir e contar histórias.

A MÁQUINA DE DEUS

A tecnologia é uma grande aliada quando a gente não esquece que a maior maravilha tecnológica que existe é cérebro. No entanto, esquecemos disso. Curvamo-nos como selvagens na frente do último modelo de computador, e respeitosamente falamos bwana, bwnaa, mãos estendidas reverenciando a última criação do… cérebro humano. Não é engraçado?

ONDE ESTAMOS MESMO?

Ninguém sabe. Se a vacina sai este ano ou só quando estivermos todos contaminados, se algum laboratório está criando o tamiflu do covid-19, ou até mesmo quais são os números exatos e fidedignos. Estamos sendo atrasados, dependendo de alimentação precisa de casos e mortes.

NO TEMPO DAS CARAVELAS

A descoberta de uma nova terra levava meses e até anos para chegar aos ouvidos do patrão que bancou a viagem. E anos até colonizá-la e, depois, explorar os nativos. Hoje, leva microssegundos desde que alguém leve o carvão à caldeira e o vapor criado mova a máquina. Nem por isso é informação precisa. A cadeia longa come a realidade.

A VERSÃO DO FATO

Como no jornalismo, o repórter vê ou ouve o fato, redige a matéria que vai para o chefe de reportagem, subeditor, depois editor, chefe de redação ou outro elo dessa grande corrente. Ao fim e ao cabo, do título à posição da matéria no jornal, de simples nota de rodapé ou manchete, uma sucessão de açougueiros retalha o boi da informação de acordo com as regras do açougue. O produto pode estar contaminado porque, não raro, o repórter não reporteia, dá opnião.

CARNE ENLATADA

Na televisão, a mesma carne tem que ser moída e comprimida para caber no tempo. No final, o consumidor pode não gostar do que compra. Ele quer é dizer pessoalmente ao açougueiro qual corte vai levar.

SUPREMA IRONIA

Os veículos de comunicação precisam desesperadamente de mais e bons profissionais que eles mesmo despediram. Como dizia a tia Zilda lá do Alegrete, contra a força não há resistência. Sem anúncios, o açougue fecha.

AFETOS

Dia 28 de julho, estará disponível no Canal do Youtube do IARGS a videopalestra da advogada Isabel Cochlar, do Grupo de Estudos de Direito de Família, abordando o tema “Contratos de afeto em tempos de pandemia”.

Fernando Albrecht é jornalista e atua como editor da página 3 do Jornal do Comércio. Foi comentarista do Jornal Gente, da Rádio Band, editor da página 3 da Zero Hora, repórter policial, editor de economia, editor de Nacional, pauteiro, produtor do primeiro programa de agropecuária da televisão brasileira, o Campo e Lavoura, e do pioneiro no Sul de programa sobre o mercado acionário, o Pregão, na TV Gaúcha, além de incursões na área executiva e publicitário.

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