Censura de ontem e de hoje

6 nov • Caso do Dia, NotasNenhum comentário em Censura de ontem e de hoje

fernando albrecht fala sobre a censura de ontem e de hoje foto freepikDo alto dos meus 52 anos de jornalismo posso garantir uma coisa: perto da censura (auto) de hoje e a dos anos do regime militar, a de hoje é um Everest e a daqueles anos era um morrinho. Temos vários tipos de gravames, sendo que a principal é a do politicamente correto. A segunda é a comercial. Nunca se perguntava antes de redigir a matéria se a empresa era anunciante.

Imagem: Freepik

https://www.banrisul.com.br/bob/link/bobw13hn_conteudo_detalhe2.aspx?secao_id=1239%20&utm_source=fernando_albrecht&utm_medium=blog&utm_campaign=consignado_digital&utm_content=centro_600x90px

Hoje, temos que ser cheio de dedos antes de baixá-la. Para repórteres é mais fácil, afinal não é deles a decisão. E não me venham protestar dizendo que no seu veículo isso não acontece. Um de nós é otário, e eu não sou um deles.

Não estou defendendo o regime de então, mas vamos botar os pingos nos iis.

A PIOR DELAS…

…é o politicamente correto. Ai se algum de nós arrostar conceitos e atravessar a fronteira mesmo que seja constatação. O profissional (e a empresa) que ousou é alvo da execração pública, passa a ser maldito e não raro é processado. O politicamente correto é a Santa Inquisição da nossa era. Por enquanto, a tortura e a fogueira são virtuais. Por enquanto.

Não canso de repetir uma observação do consagrado escritor angolano Mia Couto. O politicamente correto está tirando até a naturalidade das conversas. Depois os árabes é que são fundamentalistas.

SAI DESSA

O Direito Tributário é caótico, mas não se encontra nem a mãe, nem o pai. Pergunta quem é o pai ou a mãe do caos e um aponta para o outro. “O que é triste no Direito Tributário é que o Brasil é o único país do mundo onde, com provas robustas, comprova-se que leis foram compradas.” A afirmação é do ministro do STJ Antônio Herman Benjamin, em evento do Instituto dos Advogados Brasileiros.

Na mesma palestra, o ministro diz que tem ou teve que julgar 198 mil processos em um ano. Como pode a Justiça ser Justiça com esse soterramento de processos, pergunto eu.

DA (QUASE) NO MESMO

Ganhe Joe Biden ou Donald Trump o que vem pela frente é business as usual. Até as bolsas estão subindo desde o dia da eleição. Confesso que eu temia um afundamento, que não ocorreu. Uma das explicações é  o fato dos republicanos manterem maioria no Senado. Mesmo se perder, o eleitorado de Trump botou essa mosca na sopa Democrata.

Com ou sem Senado, presidente norte-americano pode muito, mas não pode tudo. Sem falar nos subterrâneos do Poder e o monstruoso peso dos interesses privados. Mesmo quando presidentes foram fracotes, os Estados Unidos não afundaram.

RAINHA DA INGLATERRA

De uma certa maneira, um presidente é mais ou menos um RP do governo. Não que seja Rainha da Inglaterra, mas é por aí. Em parte, volto a dizer. De qualquer maneira, a esquerda verde-amarelada acha que vem aí La Revolución made um USA – quando escrevo estas notas ainda não se sabia o vencedor.  E ainda tem o Tapetão.

VIVA O BILL

No entender deste pobre marquês, o melhor presidente americano na história americana recente foi Bill Clinton. Geopoliticamente falando, foi Richard Nixon. Dissolveu a Guerra Fria entre EUA e URSS – lembram dela? Pois é virou farelinho de biscoito. Mas as viúvas estão aí até hoje. A maioria mora no Brasil. Boa parte veste pilcha e toma chimarrão.

Fernando Albrecht é jornalista e atua como editor da página 3 do Jornal do Comércio. Foi comentarista do Jornal Gente, da Rádio Band, editor da página 3 da Zero Hora, repórter policial, editor de economia, editor de Nacional, pauteiro, produtor do primeiro programa de agropecuária da televisão brasileira, o Campo e Lavoura, e do pioneiro no Sul de programa sobre o mercado acionário, o Pregão, na TV Gaúcha, além de incursões na área executiva e publicitário.

FacebookTwitter

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

« »