Canarinhos do sertão

24 ago • A Vida como ela foiNenhum comentário em Canarinhos do sertão

Parece, e é nome de dupla sertaneja de raiz. Foi. Sem mais nem menos, me veio à lembrança que, aos 12 anos, eu e um colega de ginásio, Pedrinho Ody,  formávamos uma dupla caipira que cantava em festas de igreja no interior de Montenegro. Eu fazia a segunda voz. Montenegro era grande, seu reinado ia até São Vendelino numa ponta, e a hoje Nova Santa Rita na outra.

Nosso repertório não era vasto, cantávamos os clássico, como Luar do Sertão e Saudades do Matão, mais algumas  músicas religiosas e do folclore gaúcho, Noite Feliz, e deu. O regente era o irmão marista Ratinho, também nosso professor…de…não lembro mais. Uma das peças criadas por ele era sobre um passarinho triste.

Ele cantava tāo tristemente
Que fazia a gente chorar
Quanto ele cantava
Mais eu tinha que chorar

Outra, de domínio popular, era uma musiquinha infantil.

O sapinho da lagoa
Passa a noite a coachar
Quem tiver saúde boa
Passa a noite a escutar

Essa era canon, ou seja,o  Pedrinho começava, e na parte “…passa a noite” eu entrava do início com a segunda voz, para terminar juntos depois de duas ou três repetições. Às vezes eu enveredava para a terceira voz, a mais difícil.

Até que são afinadinhos, diziam. É, éramos mesmo.

Fernando Albrecht é jornalista e atua como editor da página 3 do Jornal do Comércio. Foi comentarista do Jornal Gente, da Rádio Band, editor da página 3 da Zero Hora, repórter policial, editor de economia, editor de Nacional, pauteiro, produtor do primeiro programa de agropecuária da televisão brasileira, o Campo e Lavoura, e do pioneiro no Sul de programa sobre o mercado acionário, o Pregão, na TV Gaúcha, além de incursões na área executiva e publicitário.

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