Canarinhos do sertão
Parece, e é nome de dupla sertaneja de raiz. Foi. Sem mais nem menos, me veio à lembrança que, aos 12 anos, eu e um colega de ginásio, Pedrinho Ody, formávamos uma dupla caipira que cantava em festas de igreja no interior de Montenegro. Eu fazia a segunda voz. Montenegro era grande, seu reinado ia até São Vendelino numa ponta, e a hoje Nova Santa Rita na outra.
Nosso repertório não era vasto, cantávamos os clássico, como Luar do Sertão e Saudades do Matão, mais algumas músicas religiosas e do folclore gaúcho, Noite Feliz, e deu. O regente era o irmão marista Ratinho, também nosso professor…de…não lembro mais. Uma das peças criadas por ele era sobre um passarinho triste.
Ele cantava tāo tristemente
Que fazia a gente chorar
Quanto ele cantava
Mais eu tinha que chorar
Outra, de domínio popular, era uma musiquinha infantil.
O sapinho da lagoa
Passa a noite a coachar
Quem tiver saúde boa
Passa a noite a escutar
Essa era canon, ou seja,o Pedrinho começava, e na parte “…passa a noite” eu entrava do início com a segunda voz, para terminar juntos depois de duas ou três repetições. Às vezes eu enveredava para a terceira voz, a mais difícil.
Até que são afinadinhos, diziam. É, éramos mesmo.