Branca, a devassa
Como já tirei um curso de roteirista na Casa do Cinema, estou pensando em oferecer para a Vênus Platinada uma ideia para a próxima novela das nove. Fica bem no espírito da casa, que tem caprichado na desconstrução do homem e empoderado (ai!) operações de troca de sexo e coisas desse jaez. Quero revisitar a Branca de Neve e os Sete Anões, dos Irmãos Grimm.
Branca era uma devassa e foi apelidada assim não por ter pele alva, mas por cheirar carreiras e carreiras de coca. Dos sete anões, quatro não prestavam e três nem para isso prestavam. Todos eram devassos. Feliz se fantasiava de Carmen Miranda Em Compota, Soneca fingia que era dorminhoco, mas quando sonâmbulo traçava os colegas. Atchim espirrava porque ao trazer o pó para a Dona Branca (pleonasmo) dava uma cheiradinha também.
O Príncipe, bem o Príncipe. Nascido em berço de ouro – na novela é filho de um narcotraficante – mas tinha a mania de se apaixonar pelos guarda-costas. Um dia ele se apaixona de verdade por um, mas descobre que era A guarda-costas. Quando tirava a maquiagem ficava igual ao Michael Jackson. A maça envenenada foi uma melancia passada na verdade, comida depois da tradicional feijoada no Copa.
Para fazer o Príncipe acordar Branca de Neve da maldição da Bruxa, tiveram que vesti-la como se fosse o Clóvis Bornay com máscara imitando o rosto do Evandro de Castro Lima e roupa do Batman, com um toque de Madame Satã. Deixo a Bruxa para outra ocasião, estou aprimorando a personagem.
Só posso adiantar que ela é a única pessoa decente da novela.