Boneca cobiçada
Lançado em 1957, o então chamado bolero caipira com esse nome fez enorme sucesso. Os autores foram a dupla Biá e Bolinha. Que nome maravilhoso. Repitam: Biá e Bolinha, a dupla BeBê. Seria a abreviatura dos dois se, naquele tempo, houvesse marketing como temos hoje. Fato é que bolero se enquadrava mais no estilo dor de cotovelo nos centros urbanos.
Boneca Cobiçada era perfeito. Era tão ruim que era bom. Como os filmes de Teixeirinha, eram considerados ruins pelos críticos e hoje são considerados cult. Pé na jaca todo mundo mete, em algum ponto da vida, seja no gosto musical ou na comida. Feijão com massa já foi brega, mas graças ao Rogério Mendelski hoje é boia-cult.
Esse conceito de “é tão ruim que é bom” é ótimo. Tenho algumas preferências musicais que cabem como uma luva nele. Eu e meu filho curtimos muito uma cantora do interior do RS que canta temas mais bregas que pinguim na geladeira ou gostar da Anitta ou da “astra” Pablo Vitar. O marido, metade do tamanho dela, é o tecladista. Ela é só no gogó.
Voltemos à boneca. A última estrofe é um primor de chifre embutido para sempre no frontispício do azarado que levou chapéu de vaca.
Boneca cobiçada
Das noites de sereno
Seu corpo não tem dono
Seus lábios tem veneno
Se queres que eu sofra
É grande o seu engano
Pois olha nos meus olhos
Vê que não estou chorando.
Confira esta música na voz de Carlos Galhardo no https://www.youtube.com/watch?
Quando eu te conheci
Do amor desiludida
Fiz tudo e consegui
Dar vida à tua vida
Dois meses de aventura
O nosso amor viveu
Dois meses com ternura
Beijei os lábios teus
Porém eu já sabia
Que perto estava o fim
Pois tu não conseguias
Viver só para mim
Eu poderei morrer
Mas os meus versos não
Minha voz hás de ouvir
Ferindo o coração