Bebendo estrelas -I

21 out • ArtigosNenhum comentário em Bebendo estrelas -I

Imagem de bolhas de champanhe

   O famoso vinho espumante do mundo foi tombado como patrimônio histórico e cultural da humanidade. A decisão ocorreu durante um encontro do órgão em Bonn, na Alemanha, que classificou as encostas, caves e lojas da Champagne como Patrimônio Universal.

   No passado, os monges, Dom Pérignon e Ruinart se esforçaram muito para domar os vinhos que fermentavam novamente nas garrafas, fazendo-as explodir. A palavra “champagne” também é protegida com grande vigilância, e apenas pode ser utilizada nos vinhos originais da região. Qualquer vinho semelhante, mesmo produzido pelo método “champanhês” noutros locais ou países só pode chamar-se de “espumante” e nunca de “champanhe”.

   Por isso a comuna de Champagne, com 660 habitantes, situada no cantão de Vaud, na Suíça, teve que renunciar a mencionar o nome de Champagne nos vinhos (não espumantes) produzidos em seu território – de somente 28 hectares. Saint-Laurent teve que interromper o lançamento de um perfume que tinha chamado de Champagne. O nome do perfume foi finalmente modificado, sendo comercializado sob o nome de Yvresse.

   O Champanhe é originário da região de Champagne, que fica a 150 quilômetros de Paris. A sua descoberta é atribuída ao monge, cujo nome é hoje uma marca desse tipo de vinho. Ele era o responsável pelas adegas da Abadia naquela região francesa e ficou curioso com a afirmação dos vinicultores de que certos tipos de vinhos fermentavam novamente depois de engarrafados. Acontecia que, nesse processo, os gases estouravam as rolhas ou arrebentavam a garrafa.

   Dom Pérignon então experimentou garrafas mais fortes e rolhas amarradas com arame… e assim surgiu um vinho espumante e delicioso que depois seria batizado de Champagne. Ao bebê-lo pela primeira vez, o monge exclamou: “Estou bebendo estrelas”.

   Foi então que a célebre viúva Clicquot (Viuve Clicquot), que também virou marca, inventou os processos de remuage (girar as garrafas) e dégorgement (degolar). No primeiro os funcionários de adega inclinam e giram as garrafas, fazendo com que os resíduos fiquem acumulados no gargalo. Aí então entra o dégorgement, que retira todas as impurezas, fazendo que o vinho fique límpido e transparente… bem como você gosta.

* O texto original é de “A Relíquia”, um jornal de Antiquários do Rio de Janeiro. (Fiquei surpreso com quem exclamou a frase. Sempre li que foi da viúva, mas o tio google afirma que foi do monge. Seja quem for, parabéns! É a melhor definição para Champagne ou qualquer espumante).

Segue
se você quiser….

 

Flávio Del Mese

Flávio Del Mese nasceu em Caxias, mas tem quase certeza que sua cegonha passou a baixa altura e foi abatida. Isso frequentemente acontece com quem voa por lá, sejam sabiás, tucanos, corujas ou bentevis, mas não tem queixas. Foi bem recebido tanto na infância quanto na juventude, assim como em Porto Alegre, onde chegou uns 15 anos depois, já sem cegonha e a cidade o embala com carinho até hoje. E ele sabe do que fala, pois conhece 80% dos países do globo. Na Europa só não esteve na Albânia, da América só não conhece a Venezuela (prevendo quem sabe, que do jeito que vamos, em breve seremos uma Venezuela). Na Ásia, não passou pela Coréia do Norte e pelo Butão, mas à China foi 6 vezes e também 6 vezes esteve na Índia, sendo que uma delas deu a volta no país de trem, num vagão indiano, onde o até hoje, seu amigo Ashley, tinha uma licença para engatar o seu vagão atrás das composições cujos trilhos tivessem a mesma bitola. Sua incrível trajetória de vida é marcada por uma sucessão de acasos que fizeram do antigo piloto da equipe oficial VEMAG (vencedor de 5 edições de Doze Horas), em um dos fotógrafos mais internacionais do Brasil. Tem um acervo de 100 mil fotos- boa parte delas mostradas nos 49 audiovisuais de países que produziu e mostrou no Studio durante 20 anos e que são a principal vitrine do seu trabalho (inclusive o da volta na Índia de trem). Hoje dedica-se a redação e atualização dos Blogs Viajando por viajar e Puxadinho do Del Mese com postagens sete dias por semana.
Extraído de reportagem:
Ademar Vargas de Freitas
Clóvis Ott
Juarez Fonseca
Marco Ribeiro

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