Balcão de negócios

9 out • Caso do Dia, NotasNenhum comentário em Balcão de negócios

Até na contabilidade da Cláusula de Barreira os partidos divergem. Seriam 16 os nanicos que, a partir de 2019, ficam fora porque não ultrapassaram 1% dos votos válidos. A contabilidade final será dada pela Justiça Eleitoral. Não podar essa frondosa árvore que se alimenta de frutos do fundo partidário é estimular apoios de aluguel.

Querida, encolhi as bancadas

A Câmara dos Deputados será composta por 513 deputados federais de 30 partidos diferentes. PT elegeu 56 deputados e o PSL 52. Em seguida vem PP (37), MDB (34) e PSD (34). Dito assim parece que os dois primeiros são os maiores vencedores, mas não é o caso do PT se analisarmos a trajetória desde 2018 – a sigla tinha 110 parlamentares e hoje pouco mais da metade. O PSL, sim, cresceu barbaridade.

Teoria da Relatividade

O que se deve ressaltar sempre é que tudo é relativo.  O futuro governante vai ter que fazer das tripas coração para garantir uma maioria sólida que lhe permita tocar o barco. Jair Bolsonaro parece estar em melhor situação que Fernando Haddad, mas como disse acima, tudo é relativo.

Maior e menor

Não raro, a maioria vira minoria e vice-versa. Depende da habilidade do governante e do seu executivo de contas, como prefiro definir o líder da bancada. E nem sempre ele é quem resolve, às vezes é o meio-campo entre o Palácio da Alvorada e o Congresso. Este é um cargo espinhoso e que necessita muita prática e habilidade. São poucos os habilitados.

A onda

Não deveria ser novidade para ninguém a avalancha de votos para candidatos conservadores, sem falar no voto antipetista. A guinada mundial para o conservadorismo já era detectada no ano passado.

Donos da verdade

Um dos ranços mais notáveis do PT, e das esquerdas em geral, é ser dono da verdade. É o fundamentalismo que o levou ao desastre. Quem não é do PT é fascista, de direita, a favor da ditadura. Ele adora “fascista” especialmente, mesmo que 99% dos militantes não saibam defini-lo corretamente.

Ao fim…

…e ao cabo, é uma briga entre rótulos, fascistas e comunistas. Se bem que o guru do PT desde 1993, Antonio Gramsci, deixou uma frase entre tantas outras para evitar contaminação bolchevique: “Nunca deixem eles chamar vocês de comunistas”.

Quem vai ser o quê?

A partir de agora os holofotes vão ser dirigidos para a equipe econômica dos dois finalistas. Ele e suas circunstâncias, como diria o filósofo Ortega y Gasset. Neste sentido, o que está em posição mais delicada é o candidato do PT, que vai ter que contentar, ao mesmo tempo, os duros internos e os duros do mercado. E, claro, uma massa enorme de antipetistas espalhados pelo Brasil.

Antes tarde do que nunca

Do meu amigo Elson Sempé Pedroso, fotógrafo da Câmara Municipal de Porto Alegre:

“Hoje recebi um pedido de desculpas importante. Num episódio de ocupação da Câmara Municipal de Porto Alegre em 2013 acabei sendo agredido junto com o então presidente Dr. Thiago Duarte. Foi estopim para Polícia e uso da força para a liberação da Casa. Mas isso aconteceu em um lugar onde poucos podiam ver, e fomos acusados de mentirosos, Thiago e eu, no rádio e onde mais foi possível vários vereadores diretamente ligados àquele ato se manifestarem. Aquilo me destruiu.

Primeiro porque eu levo muito a sério meu trabalho como jornalista e servidor público e jamais mentiria sobre algo no exercício de minha profissão. Segundo porque, nesta condição, jamais me conectei a qualquer linha política para sempre bem atender a todos, com a isenção que muitos pregam e poucos têm. Isso custa caro. Me custou caro.

Hoje (ontem), a deputada eleita Fernanda Melchiona (PSOL) veio falar comigo no plenário da CMPA, reconhecendo o erro, evidenciado pelo surgimento de imagens de câmaras de segurança já lá na época, e pedindo desculpa, prontamente e com enorme alegria concedidas.

Aqueles dias me tiraram o prazer do meu trabalho. O abraço recebido hoje o devolve em parte. O reconhecimento do erro e o pedido de desculpas nos torna semelhantes Deputada, pois somos humanos. Desejo força e sucesso.” 

 

Fernando Albrecht é jornalista e atua como editor da página 3 do Jornal do Comércio. Foi comentarista do Jornal Gente, da Rádio Band, editor da página 3 da Zero Hora, repórter policial, editor de economia, editor de Nacional, pauteiro, produtor do primeiro programa de agropecuária da televisão brasileira, o Campo e Lavoura, e do pioneiro no Sul de programa sobre o mercado acionário, o Pregão, na TV Gaúcha, além de incursões na área executiva e publicitário.

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