Balanço do isolamento

1 jun • Caso do Dia, Notas1 comentário em Balanço do isolamento

Depois de quase três meses debaixo do teto do lar já da para fazer um apanhado de certezas. Ninguém ou quase ninguém suporta mais ouvir falar da covid-19, parte considerável torce o nariz para o que chamam de carregar nas tintas de parte da mídia, entre 30% a 50% acham que culpamos Bolsonaro além do razoável. A pandemia também aumentou consideravelmente sua antipatia para determinadas redes de TV e jornais.

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REGULAR E IRREGULAR

Essa realidade nem sempre é mensurável por pesquisas. Sentimentos às vezes ficam guardados e, eventualmente, sua tradução exterior pode se dar por olhares e narizes torcidos. E aquela zona cinza que fica abaixo da superfície, a mesma zona cinza que permeia pesquisas de aprovação de governo. No caso Daquele Que Não Se Ajuda, o “regular” no mínimo não significa rejeição total, ou “desaprovam”.

AS RUAS MUDAS

O silêncio (ou barulho) se expressa nas redes sociais, mas dificilmente substitui o clamor das ruas. Já era assim antes da pandemia. Pode ser cansaço pelo fato do Brasil ser mais do mesmo e também pela ideologização de tudo.

Carro é de direita, bike é de esquerda; eucalipto é de direita, figueira nativa é de esquerda; fast food é de direita, comida saudável é de esquerda. E assim vai a sociedade brasileira se enfiando em bretes que levam a becos sem saída.

MUDA O DISCO

Quando ninguém mais dá bola para números ou curvas ou percentuais da doença, é sinal que a sociedade já acha que o malvado veio para ficar ou, como dito lá em cima, está porrr aqui com o vírus. O que o povo quer é normalidade, mesmo sabendo que ela está mais longe que ganhar a Mega Sena acumulada.

CONSERTOS EM GERAL

O que o povo faz com os R$ 600,00 que ganhou do governo? Além de comprar comida, o que sobra vai para  melhoramentos domésticos. Vale também para a classe media. Com o convívio familiar forçado, os equipamentos caseiros se desgastam rapidamente.

É a torneira que vaza, as lâmpadas que queimam mais rápido, a janela que trinca, coisas simples mas que demandam conserto ou substituição. Sem falar nos que adoram mexer com chaves de fenda ou furadeiras. É o lado carpinteiro-hidráulico das pessoas. Por isso, lojas de artigos de construção civil devem estar vendendo bem.

Imagem: Freepik

Fernando Albrecht é jornalista e atua como editor da página 3 do Jornal do Comércio. Foi comentarista do Jornal Gente, da Rádio Band, editor da página 3 da Zero Hora, repórter policial, editor de economia, editor de Nacional, pauteiro, produtor do primeiro programa de agropecuária da televisão brasileira, o Campo e Lavoura, e do pioneiro no Sul de programa sobre o mercado acionário, o Pregão, na TV Gaúcha, além de incursões na área executiva e publicitário.

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One Response to Balanço do isolamento

  1. Vera disse:

    Esqueceu de comentar que as máscaras caem e o indivíduo sem medo de se esconder apela para a ignorância refutando a razão..Sigo sua fã..

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