Baile de cobra

10 maio • Caso do Dia, NotasNenhum comentário em Baile de cobra

   Joaquim Barbosa ganhou mais manchetes desistindo de se candidatar à Presidência da República do que quando, lá atrás, anunciou que seria candidato. Na realidade, é aquela coisa de sempre. Um ex-ministro do Supremo se transforma imediatamente em semideus quando se destaca em algum julgamento e vira Deus quando fala grosso contra a corrupção e outras mazelas brasileiras. Mas entrar em baile de cobra sem perneira é brabo.

Um erro bem brasileiro

   Infeliz da nação que precisa de heróis, ensinava o dramaturgo alemão Bertolt Brecht. E olha que ele flertou, namorou e casou com a esquerda europeia no seu tempo, esquerda mesmo. Era marxista ou perto disso. É uma das antessalas de escolhas malfeitas, escolher alguém como salvador da pátria por algumas manifestações pontuais. Joaquim Barbosa pode ser um bom homem e foi bom ministro, mas daí para pilotar essa locomotiva desgovernada vai uma distância grande.

O homem do meio

O famoso mercado o via como uma alternativa razoável, principalmente porque em julgamentos e entrevistas dava a entender que entendia o modo como a economia funciona, algo que a esquerda em geral entende lhufas. Também, depois do desastre soviético e do fracasso cubano em pelo menos dar renda ao povo, não sobrou nenhum espelho ileso.

Fernando Albrecht é jornalista e atua como editor da página 3 do Jornal do Comércio. Foi comentarista do Jornal Gente, da Rádio Band, editor da página 3 da Zero Hora, repórter policial, editor de economia, editor de Nacional, pauteiro, produtor do primeiro programa de agropecuária da televisão brasileira, o Campo e Lavoura, e do pioneiro no Sul de programa sobre o mercado acionário, o Pregão, na TV Gaúcha, além de incursões na área executiva e publicitário.

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