As tardes fagueiras
Costumo frequentar cafeteria e confeitaria Chocólatras, na Dinarte Ribeiro, no Moinhos de Vento. Na sexta, estava eu em uma roda de gente letrada. Gente de direita, de esquerda, até um stalinista, mas todos com mente aberta e sem ranço. Como era nos anos 1960 até os 80, quando chegou o Fundamentalismo Guasca e esculhambou tudo.
Falávamos de Kant, Jürgen Habermas, Sant Simon e Heidegger, entre outros. Súbito me dei conta que esses caras eram citados nas rodas de chope nos anos 1960, no tempo da faculdade. Havia estudantes de arquitetura, engenharia, medicina, jornalismo – como eu. Não era esnobismo. Líamos, então.
AH, ESSA FALSA CULTURA
Não quer dizer que não havia burrice travestida de conhecimento. Era tempo do cinema novo e dos filmes franceses incompreensíveis, daqueles que se era obrigado a elogiar, mesmo não entendendo lhufas. O filme era uma merda, mas o diretor era genial.
CINEMA NO RÁDIO
Hoje, vivemos algo parecido no cinema brasileiro. Esquecem até que cinema é imagem. Dá para ver o filme até no rádio. Enquanto isso, os argentinos…
ZÉ FINI
Passados mais de 50 anos, chego à melancólica conclusão que escrevo – eu e minha geração – para um número cada vez menor de pessoas.
PERO…
…que não é o Vaz de Caminha. Vamos em frente cravando as esporas na barriga da teimosia.
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