As boas maneiras

12 dez • A Vida como ela foiNenhum comentário em As boas maneiras

etiqueta a linguagem dos taheres no prato

O advogado e amigo Antônio Carlos Côrtes enviou essa ilustração sobre variações em torno do mesmo prato. A etiqueta manda cruzar os talheres quando se está satisfeito, mas o povo, mesmo o que mora mais alto, não obedece mais essas regras como antigamente. Para piorar, quando existe entrada, as facas e garfos são menores que os utilizados no prato principal. Em teoria, acabou a entrada, o cara da bandeja leva prato e talheres.

Só que não. Provavelmente para diminuir o custo da cozinha, muitas vezes, os talheres da entrada e do prato principal são os mesmos. O que ainda resta das regras do bem comer e como se comportar em público, essas coisas, estão desparecendo.  O mundo começou a ir para o brejo mais ou menos na virada dos anos 1960 para 1970. E com ele, a etiqueta. As mulheres, principalmente, eram educadas rigidamente sobre comportamento em público, desde a postura até uso de talheres passando pelo caminhar. Lembram dos professores gritando para os meninos “barriga para dentro e peito para fora”?

Em Porto Alegre, havia cursos de etiqueta, e até empresas que franqueavam estes ensinamentos, como a Socila. Quem era famosa em dar aulas para debutantes era a jornalista Célia Ribeiro, e ensinava bem. No Interior, era comum as costureiras que faziam vestidos de noivas complementarem renda com aulas de etiqueta.

A questão é outra, o furo é mais embaixo. Aprendia-se boas maneiras em casa e isso desapareceu. Você reconhece uma pessoa bem-educada pelo jeito com que ela se porta na mesa. Não precisa necessariamente usar o garfo na mão esquerda. O que interessa á a curta viagem entre o prato e a boca e o mastigar discretamente, principalmente não conversando ao mesmo tempo.

Para muitas pessoas, não adiante ensinar etiqueta por anos. Isso você tem dentro de si, mesmo em estado latente, ou não tem.

Fernando Albrecht é jornalista e atua como editor da página 3 do Jornal do Comércio. Foi comentarista do Jornal Gente, da Rádio Band, editor da página 3 da Zero Hora, repórter policial, editor de economia, editor de Nacional, pauteiro, produtor do primeiro programa de agropecuária da televisão brasileira, o Campo e Lavoura, e do pioneiro no Sul de programa sobre o mercado acionário, o Pregão, na TV Gaúcha, além de incursões na área executiva e publicitário.

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