Apertando o cerco

23 maio • Caso do Dia, Notas1 comentário em Apertando o cerco

O governo gaúcho é, hoje, mero administrador de folha de pagamento. Ao contrário do que se diz, não foram SÓ os sucessivos governadores os culpados por deixar as burras estaduais em estado pior que pedinte de porta de igreja. O Poder Legislativo é tão ou até mais responsável pelo descalabro das contas públicas.

Culpa tripla

Não só por não ter tomado iniciativas para evitar o caos, aparentemente caminho sem volta, mas por omissão piorada pela aprovação de diplomas legais que botaram mais carvão no trenzinho da alegria de instituições públicas e diversas categorias do funcionalismo público, quando não em benefício do pessoal da Casa e dos seus chefes, os deputados.

A kriptonita

Assim como o Super Homem prefere ver o diabo que a pedra verde que o enfraquece, o legislativo estadual fica atordoado pelo ruído e ameaças vindas das galerias. Ao menor alarido, suas excelências se transformam em temerosos parlamentares. E agem de acordo.

O passado me condena

Vou dar um exemplo. Na segunda metade dos anos 1980, o deputado Mendes Ribeiro Filho, do MDB, propôs uma lei que dividiria o funcionalismo público em antes e depois: quem já era empregado do Estado tinha seus vencimentos e aposentadoria integrais, o que por si só já é um absurdo se comparado com os cidadãos de segunda classe, os privados; quem fosse admitido após a promulgação desta lei entraria com novas regras. A Mesa Diretora não quis nem analisar a ideia.

Cúmplice do atraso

Deu no que deu. Então, a Casa do Povo é culpada pelo caos em pelo menos 50% pelo lamentável estado físico do Rio Grande do Sul.

Doidices do mês

O governador Eduardo Leite é do PSDB, mas os (poucos) deputados tucanos votam contra seus projetos.

Boca torta

Ontem me referi ao desânimo reinante no chamado seio da opinião público em relação ao mau estado da economia. O seio murchou, mas quem também murchou foi a imprensa porque não fala de outra coisa que não sejam coisas bolsonarianas. Virou o Ideiafix do Asterix e seus gauleses brigões, com as honrosas exceções de sempre. Resulta que boa parte perdeu a noção do que seja notícia. Pautas magérrimas, sem inspiração. Eppur si muove.

Rápidas mudanças

Ao abrir o 12º Fórum Internacional de TI Banrisul, nesta quarta-feira, em Porto Alegre, o presidente da instituição, Luiz Gonzaga Mota (foto) destacou que o cenário atual é marcado pelas rápidas mudanças no consumo de serviços financeiros, para as quais os bancos precisam estar preparados. “O open banking é um exemplo de transformação que beneficiará os clientes, proporcionando tarifas menores”, salientou.

Fórum de TI 2019_1969 David Pires_foto1 Mota lembrou que o Banrisul é referência no mercado bancário, tendo por missão atender aos clientes e melhorar a qualidade de vida das pessoas, e valorizou o fato do evento proporcionar debates de qualidade que já foram assistidos por mais de 40 mil pessoas desde a sua primeira edição, em 2008. O evento pode ser conferido no Teatro do Bourbon Country – hoje é o último dia.

Fernando Albrecht é jornalista e atua como editor da página 3 do Jornal do Comércio. Foi comentarista do Jornal Gente, da Rádio Band, editor da página 3 da Zero Hora, repórter policial, editor de economia, editor de Nacional, pauteiro, produtor do primeiro programa de agropecuária da televisão brasileira, o Campo e Lavoura, e do pioneiro no Sul de programa sobre o mercado acionário, o Pregão, na TV Gaúcha, além de incursões na área executiva e publicitário.

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One Response to Apertando o cerco

  1. Respeitável Albrecht, muito boa sua análise, sintética mas de bom alcance, estamos literalmente na privada, na América Latrina, a imprensa falida, cambaleante, sem noções de um verdadeiro jornalismo enfia goela abaixo seus besteirol…que vergonha termos de assistir passivamente …logo com o advento das novas tecnologias de comunicação, eslas estarão sendo literalmente peças de museu..que venha mais Youtubes e mais canais abertos…somos cabresteados por politicos inescrupulosos…uma pena termos de viver assim!

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