Apelo inútil

13 fev • Caso do Dia, NotasNenhum comentário em Apelo inútil

Há dias um líder político envia sua newsletter com a chamada “Precisamos ser solidários”. Não é exclusividade dele, e não existe apelo mais inútil do que esse e outros assemelhados. De boas intenções o inferno está cheio. Somos todos médicos e monstros à Louis Robert Stevenson. Debaixo da fina camada de verniz, somos seres primitivos. E cruéis.

TRIO DE OURO

Como este é um ano de eleições, assistiremos uma enxurrada de asneiras no horário eleitoral gratuito. Não sei em outros estados, mas no RS o trinômio “saúde, educação e segurança” é o que  mais se ouve. Nem o mais genérico dos medicamentos genéricos ousaria essa generalidade.

O PASSADO ME CONDENA

Finalmente vem sangue novo no rock pauleira. Vem aí o Black Sabbath. A falta de nomes novos, letras e músicas originais – grunhido não vale! –, roteiros bons para filmes e novelas sem apelar para os arquétipos de sempre – culpa, redenção, volta por cima, o bem vence o mal – estão fazendo com que tudo mundo se volte ao passado.

O GANHA-PÃO DE EINSTEIN

O “zeide” (avô, em iidish) vivia numa cidadezinha perdida na Bessarábia, hoje dividida entre Moldova, Ucrânia e Romênia, não entendia o que era a tal de teoria da Relatividade, coisa da cabeça do judeu alemão Albert Einstein. O neto, que estudava na então capital Kishine, tentou explicar de um jeito fácil,

– Zeide, a tese de Einstein é mais ou menos assim: imagine um rapaz que senta durante uma hora no colo da namorada durante uma hora. Para ele é como se tivesse ficado um minuto. Este mesmo rapaz se sentar um segundo na chapa do fogão aquecido é como se tivesse ficado por uma hora. Entendeu?

O avô ficou pensando, pensando e perguntou:

– Acho que sim. Mas me diz uma coisa, Einstein ganha a vida com isso?

DRINKS DA MODA

Na TV paga deve ter pelo menos meia dúzia de programas em canais distintos sobre coquetéis, moda recente no Brasil, mas no exterior sempre foi muito forte a mistura de bebidas. O irrequieto agitador cultural Miltinho Talaveira certa vez me recomendou boas casas do ramo em Porto Alegre. Como não bebo, passei o bastão para quem bebe.

CARRUÍRA DOURADA

Miltinho também mandou alguns drinks que ele viu em uma das casas que recomendou, que só não digo o nome porque parece que fechou. Olhem só: Carruíra Dourada (cachaça, purê de manga, coentro, pimenta vermelha); Vamo Dale (tequila silver, infusão de vermute c/morango, xarope de gengibre) e Coisa de Homem (bourbon, vermute seco, cointreau, angustura).

Feita a divulgação, Miltinho, mas me diz uma coisa: purê de manga não é comidinha de nenê?

PENSAMENTO DO DIAS

Era uma pessoa feliz. Deus lhe concedeu o dom da burrice.

 

Fernando Albrecht é jornalista e atua como editor da página 3 do Jornal do Comércio. Foi comentarista do Jornal Gente, da Rádio Band, editor da página 3 da Zero Hora, repórter policial, editor de economia, editor de Nacional, pauteiro, produtor do primeiro programa de agropecuária da televisão brasileira, o Campo e Lavoura, e do pioneiro no Sul de programa sobre o mercado acionário, o Pregão, na TV Gaúcha, além de incursões na área executiva e publicitário.

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