Aos 45

15 out • Caso do Dia, Notas, O Brasil que funcionaNenhum comentário em Aos 45

O Brasil está como um jogo de futebol: no intervalo. O ritmo frenético do primeiro tempo deu lugar a um sentimento de vamos ver como fica o segundo e se vamos jogar o jogo ou ficaremos num empate insosso. De fato, nenhum dos times está jogando bem, nem governo, nem oposição. O Capitão, bem, o que os comentaristas de futebol brasileiro podem explicar sua teoria um tanto canhestra de jogo?

FORMIGA SABE

Na teoria a prática é outra, sabem até as formigas cortadeiras quando voltam ao ninho com uma folha no lombo. Os atacantes até que não fazem feio, como o centroavante Paulo Guedes em especial. Há outros mais silenciosos, mas que também dizem a que vieram. A defesa, bem, a defesa tem muitos furos. Na maioria, causados pelo técnico que também é meio-campista. O problema é que ele quer jogar nas 11 e em pelo menos metade ele não convence. É no que dá um time familiar. Para piorar (ou melhorar quem sabe), o Capitão briga com a  torcida organizada. O PSL.

RAME-RAME

Para um colunista como eu é difícil captar o Brasil, ou seu movimento econômico sobretudo. É o Princípio da Incerteza de Heisenberg, você pode detectar a posição de uma partícula ou sua velocidade, mas não os dois juntos. O diabo é que, mesmo isoladamente, o time não empolga. A economia saiu do buraco, vamos crescendo em ritmo miseravelmente baixo. E a torcida se mexe, inquieta. Vai bem, mas vai mal.

CAMPEONATO REGIONAL

Vejamos o caso do Rio Grande do Sul. O PIB gaúcho cresceu 1,4 no trimestre, mais que a média nacional, o que não empolga também. Temos um governador esforçado e competente, Eduardo Leite, mas que trava uma guerra que não tem como ser ganha contra as corporações, que querem manter os dedos e os anéis também. Como no Brasil, não estamos mais levando gol – mas também não estamos fazendo.

A TURMA DO PORÃO

Quando se fala em desigualdade de renda sempre vem à lembrança os ricos e seus executivos que concentram a renda, mas se esquece a diferença abissal entre os vencimentos das elites do funcionalismo público e os bagrinhos. E para deixar bem claro, não será espremendo os salários mais altos que resolveremos o problema da turma do porão.

A GUERRA DAS BRAVATAS

Eu desconfio que nunca seremos o que tanto quisemos ser no passado, que tão exaustivamente cantamos. Na realidade, ele é fake na maior parte, pelo menos na história das bravatas. Essa guerra, a das bravatas, nós sempre ganhamos. A Taça do Mundo é nossa, com a gauchada não tem quem possa.

COMO JÁ DIZIA CABRAL

Essa desconfiança está alicerçada em percentuais inquietantes. A indústria e o agronegócio respondem por cerca de 19% do PIB cada, aí temos o comércio e sabem quem fica com a parte do leão, com mais de 50%? Os Serviços. Como dizia meu amigo Cláudio Quintana Cabral, um dos melhores comentaristas de futebol da nossa história, assim não dá.

LUZ NEGRA

Para completar, nosso futebol e seu Capitão não são bem vistos no exterior. Bastava ter tratado a questão amazônica com mais respeito, bastava não ter falado da mulher do francês, bastava menos bravata e voz mais potente no que realmente interessa, o de marcar posição, que tudo seria diferente. É muito front para enfrentar ao mesmo tempo para um time que não dança nada e quer luz negra.

A SAÍDA?

Fazer muitos gols no segundo tempo.

O BRASIL QUE DÁ CERTO

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Fernando Albrecht é jornalista e atua como editor da página 3 do Jornal do Comércio. Foi comentarista do Jornal Gente, da Rádio Band, editor da página 3 da Zero Hora, repórter policial, editor de economia, editor de Nacional, pauteiro, produtor do primeiro programa de agropecuária da televisão brasileira, o Campo e Lavoura, e do pioneiro no Sul de programa sobre o mercado acionário, o Pregão, na TV Gaúcha, além de incursões na área executiva e publicitário.

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