Anos 60 na direção

22 jan • A Vida como ela foiNenhum comentário em Anos 60 na direção

Vocês que levam uma hora para ir da Zona Sul até o Centro de Porto Alegre ou ficam 40 minutos presos na avenida Protásio Alves não tem ideia como era dirigir na cidade nos anos 1960. Para começar, só havia três sinaleiras ligando no trajeto entre o bairro Ipanema e o Centro Histórico. Tenham inveja, gurizada, vocês nunca dirigiram um carro nas ruas com pouco movimento e apenas alguns pontos congestionados na hora do rush.

Dava para dirigir olhando para os lados e curtindo a paisagem. Certo, não tinha ar condicionado, mas o que é isso comparado com a economia de tempo. Não se ficava preso no trânsito por uma hora ou duas. Além do que, havia o recurso das ventarolas ou corta-vento. Giravam em torno do seu eixo e podiam tanto cortar o vento como enfiá-lo para dentro do carro para diminuir a sensação de calor.

Também não havia achacador enchendo o saco e você se perguntando se aquele infeliz estava fazendo teatrinho ou, de fato, era verdade o que ele dizia sobre doenças e filhos pequenos. Nem havia grande risco em esperar o sinal abrir durante a madrugada. Lembrem-se que em 1971 Porto Alegre tinha apenas 40 mil carros e hoje tem 800 mil.

Imagem: Arquivo Nacional

Fernando Albrecht é jornalista e atua como editor da página 3 do Jornal do Comércio. Foi comentarista do Jornal Gente, da Rádio Band, editor da página 3 da Zero Hora, repórter policial, editor de economia, editor de Nacional, pauteiro, produtor do primeiro programa de agropecuária da televisão brasileira, o Campo e Lavoura, e do pioneiro no Sul de programa sobre o mercado acionário, o Pregão, na TV Gaúcha, além de incursões na área executiva e publicitário.

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