Anjos e demônios

22 ago • Caso do Dia, NotasNenhum comentário em Anjos e demônios

Joaquim Felizardo, um professor gaúcho já falecido, costumava dizer que neste país podia-se morrer de tudo, menos de tédio. No cenário nacional continua a batalha dos que se dizem do Bem contra os que eles chamam de do Mal. E vice-versa. Parece que o mundo navega nesse estreito canal, um de lá e outro de cá. Não tem como evitar choques frontais. Em condições normais de temperatura e pressão deveríamos navegar juntos para um objetivo comum – no máximo, aconteceriam alguns abalroamentos.

CHOQUES NA ALDEIA

Ocorre que “pegar juntos” é uma quimera, salvo alguns países em que o bem comum está acima de diferenças sejam elas quais forem. No caso do Brasil, a chance de isso acontecer é a mesma da tartaruga voar. Se a cizânia é comum até mesmo em partidos políticos, não tem como. Vide o PSL do presidente, especialmente no Rio Grande do Sul. Um grita mata e o outro esfola. Nos legislativos, acertar a jugular do adversário é promessa de campanha.

DEITADO ETERNAMENTE

Certa vez, perguntaram ao economista Paul Singer porque alguns países dão certo e outros não, qual a receita para ser uma nação digna desse nome. Ele resumiu assim: criatividade o “pegar juntos”. Portanto, somos um país impossível de ser um de verdade.

CORREIO A PÉ

Entre as estatais que devem ser privatizadas nenhuma merece tanto quanto os Correios. Salvo no período na segunda metade dos anos 1970 e parte de 1980, quando um capitão de fragata tornou esse serviço um dos melhores do mundo. A ECT nunca disse a que veio. No tempo de Getúlio Vargas, era um extenso cabide de empregos. Bastava bater o ponto, em boa parte dos casos. Estudantes que cursavam Medicina e Engenharia estavam entre os abonados. Com o correr do tempo, a mutreta foi espichando.

OPERAÇÃO VAGALUME

Isso já terminou há muito tempo, mas nos recentes anos dava para apelidar os Correios de serviço vagalume, acendia e apagava por causa das greves. Pior era – ainda é? – a operação tartaruga. Imagina, no século XXI uma carta postada em cidade vizinha ao destino levar 10, 12 ou mais dias para chegar ao destinatário. Dava até para desconfiar que torciam pela privatização. Claro, nem todos os funcionários são assim, uma boa parte, que se aflige com esses desatinos corporativistas

O OUTRO VAGALUME

Quem tinha esse apelido nos anos 1980 era a Usina Nuclear de Angra dos Reis. Demorou para entrar nos eixos, teve sua cota de dirigentes do tipo flor que não se cheira, mas não tem repetido a fase pirilampo.

O BRASIL QUE FUNCIONA

O Desembargador Francisco Moesch será o palestrante da Reunião-Almoço do IARGS de hoje, no Plaza São Rafael. Falará sobre o tema “A Reforma Tributária no Brasil”. Mais informações: 3224-5788.

Fernando Albrecht é jornalista e atua como editor da página 3 do Jornal do Comércio. Foi comentarista do Jornal Gente, da Rádio Band, editor da página 3 da Zero Hora, repórter policial, editor de economia, editor de Nacional, pauteiro, produtor do primeiro programa de agropecuária da televisão brasileira, o Campo e Lavoura, e do pioneiro no Sul de programa sobre o mercado acionário, o Pregão, na TV Gaúcha, além de incursões na área executiva e publicitário.

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