Abertura dos armários
Muito bem, o presidente Bolsonaro demitiu o presidente do BNDES com aviso prévio de apenas dois dias. Joaquim Levy é mais um grande quadro defenestrado pelo Capitão ou o Capitão cansou – como ele diz – de esperar pela abertura dos armários do Banco para contar os esqueletos e separar os grandalhões? É uma questão de estar de um lado ou outro da ponte. Como a física quântica, depende do observador.
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A consequência como causa
Não raro, nós da imprensa temos o costume de analisar as consequências como se causas fossem, gasolina para o fogo de comentários futuros. Mas que horror, o cara demitiu mais dois, toda semana tem uma baixa, assim não há como deixar de ver o fracasso do seu governo. Esta é a visão vista de uma das cabeceiras da ponte.
Moleza e dureza
Na outra, o observador poderá dizer que, fiel ao seu estilo, o Capitão não quer seguir a política tradicional, que obedece a um ritual coberto por panos quentes, e que só se rende ao inevitável. Para este observador, o presidente é duro porque o governo como um todo é mole, ou pelo menos, diversas peças da máquina estão falhando.
O jornal de ontem
Não existe nada mais velho que o jornal de ontem, dizemos. Não existe nada mais velho que a demissão de ontem também? Na política, as coisas que parecem contundentes não raros e revelam marolinhas em vez de tsunamis. E vice-versa, que não parece ser o caso – provisoriamente.
Loucura como método
A loucura precisa ter método para parecer normal, assim como a acomodação de camadas pode ser entendida como terremoto quando e apenas isso: acomodação. Acontece que o brasileiro não gosta de terremotos e nem mesmo de acomodações de camadas mesmo sem ter sentido nenhuma, só de ouvir dizer.
Eppur si muove?
Até onde as pesquisas e o próprio mercado mostram, estamos longe de ter pânico a bordo. Certo, o voo poderia ser com menos turbulência, mas é o que a casa oferece. Ao fim e ao cabo, surge a grande pergunta: é apenas um estilo de governar diferenciado ou é dar chance ao azar fazer cavalo de pau em estrada ladeado por precipícios?
Brickmann dixit
Do jornalista Carlos Brickmann, do blog chumbogordo.com.br
“Na busca de popularidade, há coisas estranhas. “Esquerda”, em religiões afro, é do mal, e “direita” é do bem. “Populista”, para a elite, é depreciativo. Fora da elite, é positivo, indicando quem se preocupa com o povo. “Autoritário”, para a elite, é depreciativo; fora da elite, é positivo, e indica quem sabe usar a autoridade. Há mais votos fora da elite do que dentro dela”.
Na carona…
O que Brickmann escreve é uma velha recorrência minha. O que exatamente nós da elite – sim, porque somos – sabemos o que se passa na cabeça do Zé que frequenta o pé-sujo da vila ou em quais meandros viaja o cérebro da costureira da classe média baixa? Não sabemos. Soubéssemos, seria fácil se eleger e fazer pesquisas sem precisar fazê-las.
Foco nos laticínios
A partir do dia 20 de junho, as capacitações ministradas pelo Senar-RS por meio do programa Mapa Leite serão realizadas na região noroeste do RS. A primeira etapa dos treinamentos ocorreu em maio no Vale do Taquari. Os cursos são destinados a transportadores de leite e técnicos das indústrias de laticínios. O objetivo é garantir a qualidade do leite que sai das propriedades participantes do programa até a sua transformação em derivados.
A primeira capacitação do Noroeste gaúcho, em 20 e 21 de junho, terá oito horas para transportadores e oito para técnicos da indústria de laticínios. Os treinamentos nessa região irão incluir temas como composição química do leite, identificação dos principais contaminantes, processo de obtenção, coleta e transporte do leite, zoonoses transmitidas pelo produto, higienização dos utensílios de coleta. Um dos pontos mais importantes é o que trata das mudanças na legislação por meio da instrução normativa 76 e 77. As consultorias são realizadas para melhorar a produtividade e a qualidade produtiva das propriedades assistidas pelo programa, além de melhorar a eficiência da cadeia do leite no Estado.
Parceria
O Projeto Mapa Leite é fruto de uma parceria entre o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e o Senar para fornecer assistência técnica e gerencial a 3,3 mil propriedades rurais, além da capacitação para produção, transporte e beneficiamento seguro e de qualidade. A ação está presente nos estados de Mato Grosso, Goiás, Minas Gerais, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
Foto: Senar/CNA
Reforço no time
A jornalista e cientista política Fernanda Barth passa a integrar o casting da RDC TV a partir de hoje. Ela assinou o contrato após reunião com o CEO do canal, Márcio Irion (C), e o gerente de programação, Cássio Peres (D). Fernanda, que também é professora e palestrante, fará comentários de política e economia no Rio Grande em Movimento, jornal diário da RDC TV, que vai ao ar às 12h.
Foto: Giovani de Oliveira
Fernando Albrecht é jornalista e atua como editor da página 3 do Jornal do Comércio. Foi comentarista do Jornal Gente, da Rádio Band, editor da página 3 da Zero Hora, repórter policial, editor de economia, editor de Nacional, pauteiro, produtor do primeiro programa de agropecuária da televisão brasileira, o Campo e Lavoura, e do pioneiro no Sul de programa sobre o mercado acionário, o Pregão, na TV Gaúcha, além de incursões na área executiva e publicitário.
