A volta por cima

3 nov • NotasNenhum comentário em A volta por cima

A americana Helen Keller nasceu em 1880 e antes dos dois anos de idade ficou cega e surda. Prisão perpétua no escuro e no silêncio. Não pode nem mesmo aprender a ler ou a se comunicar. Com seis anos, Hellen era uma criança violenta. Desesperados, os pais procuraram ajuda e ela veio, na forma de uma professora de 20 anos, chamada Anne Sullivan. Pasmem: ela também era cega.

O que aconteceu depois é uma história longa, dolorosa e por fim, triunfante. Um dos episódios que deu luz a criança foi quando Anne colocou sua mão na água e escreveu na palma da aluna á-g-u-a. Foi o Big Bang. Ela então soube que cada objeto, coisa vida ou morta tinha um nome. Anne ensinou Helen a “ouvir”, colocando seus dedos sobre sua garganta, lábios e nariz. Associava vibrações e palavras. Seu tato se desenvolveu a um patamar sofisticadíssimo. Ficou proficiente em braille e em linguagem de sinais na palma da mão. Aos 20, Helen escreveu uma autobiografia à mão. Foi a primeira cega/surda a se formar em uma universidade. Publicou 12 livros e morreu aos 87 anos.

É uma das mais, se não a mais, comoventes histórias que conheço. Agora imaginem Helen Keller entre ao coitadismo brasileiro.

Fernando Albrecht é jornalista e atua como editor da página 3 do Jornal do Comércio. Foi comentarista do Jornal Gente, da Rádio Band, editor da página 3 da Zero Hora, repórter policial, editor de economia, editor de Nacional, pauteiro, produtor do primeiro programa de agropecuária da televisão brasileira, o Campo e Lavoura, e do pioneiro no Sul de programa sobre o mercado acionário, o Pregão, na TV Gaúcha, além de incursões na área executiva e publicitário.

FacebookTwitter

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

« »