A volta dos militares

13 ago • Caso do Dia, NotasNenhum comentário em A volta dos militares

Quem é que disse que os militares não querem tomar o poder? Temos dois candidatos, um capitão e um cabo e um general de vice. Imagina se o cabo ganha a eleição. Seria uma ruptura hierárquica.

Invasão de tubachatos

Talvez uma das maiores provas do retrocesso da humanidade seja a dos filmes terror de tubarões que o cinema produz aos borbotões. Começou com um inocente – comparado com os atuais – tubarão comedor de gente dos anos 1970. Ao longo dos anos, e em especial durante os últimos cinco, vimos tubarões de duas cabeças, tubarões que vivem na neve, nos esgotos, que voam, tubarões zumbis e outros tão inteligentes quanto os humanos, se é que se pode dizer que somos.

Meu querido Papai Noel

Não me leve a mal, mas eu queria fazer antecipadamente os pedidos de presentes de Natal. Eu queria viver em um país em que a escolha do presidente fosse menos traumática, que a máquina pública que funciona bem não fosse substituída por outra que começa do zero como a reinventar a roda. Eu queria viver em um país como o Japão, onde o primeiro-ministro só troca auxiliares mais próximos e que só muda seu motorista e o oficial de gabinete.

Eu queria viver em um país cujo presidente, governador ou prefeito não alterasse o nome dos ministérios ou secretarias apenas para dizer que a cara nova é a sua e que não seja necessário mudar todo o material de expediente e cartões de visita obrigando a jogar os anteriores no lixo.

Eu gostaria de viver em um país onde a liturgia do cargo não precisasse de tanta pompa e circunstância e dispensasse a hipocrisia nossa de cada dia, sem os paetês, plumas e lantejoulas cansativas destas cerimônias em vez de eficiência.

Eu gostaria de viver em um país onde o funcionalismo público dos três poderes não fosse corporativista como o nosso, e que pensasse menos em juntar mais penduricalhos aos seus ganhos mensais e mais em aumentar a produtividade. E que os governantes que entram fizessem uma reforma administrativa e não apenas trocassem a fronha do travesseiro.

Eu gostaria de viver em um país onde toda e qualquer greve tivesse corte de ponto e que o Judiciário não absolvesse os pecadores como se sumos sacerdotes do universo fossem. Eu gostaria de viver em um país menos empolado e mais coloquial. Eu gostaria de viver em um país onde tudo descrito acima não fosse missão impossível.

Fernando Albrecht é jornalista e atua como editor da página 3 do Jornal do Comércio. Foi comentarista do Jornal Gente, da Rádio Band, editor da página 3 da Zero Hora, repórter policial, editor de economia, editor de Nacional, pauteiro, produtor do primeiro programa de agropecuária da televisão brasileira, o Campo e Lavoura, e do pioneiro no Sul de programa sobre o mercado acionário, o Pregão, na TV Gaúcha, além de incursões na área executiva e publicitário.

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