A vingança da bomba
Esse caso dos dois irmãos que morreram ao dinamitar caixas eletrônicos lembra um caso acontecido em Porto Alegre. Quando a Brigada Militar recebeu seu primeiro avião, na Revolução de 1923, anarquistas espanhóis que faziam bastante barulho, no início do século passado, resolveram fazer uma demonstração de força aos gaúchos. Segundo a lenda, diferente do episódio narrado pelos historiadores, eles confeccionaram uma bomba relógio que deveria explodir o avião da Briosa, que havia pousado no antigo aeroporto São João, que ficava ao lado do atual.
Era terreno pantanoso, um charco em um lugar muito isolado, de difícil acesso, então a dupla foi costeando o rio e cortando o matagal para chegar perto do avião sem que os sentinelas os vissem. Só que nesse desvio todo, o tempo ia passando, a hora da explosão já estava marcada e faltava muito para chegar no alvo. Não deu outra. Pouco antes do Kabum!, os anarquistas se mandaram. A explosão do artefato alertou os gansos brigadianos, que perseguiram os dois e os balearam mais adiante.
O traço em comum entre os dois casos é que em ambos foi trabalho de amadores.
Fernando Albrecht é jornalista e atua como editor da página 3 do Jornal do Comércio. Foi comentarista do Jornal Gente, da Rádio Band, editor da página 3 da Zero Hora, repórter policial, editor de economia, editor de Nacional, pauteiro, produtor do primeiro programa de agropecuária da televisão brasileira, o Campo e Lavoura, e do pioneiro no Sul de programa sobre o mercado acionário, o Pregão, na TV Gaúcha, além de incursões na área executiva e publicitário.
