A travessia do Rubicão

25 out • Caso do Dia, NotasNenhum comentário em A travessia do Rubicão

Hoje termina a campanha eleitoral 2018 nos meios de comunicação. Todos os dados foram lançados, ou o alea jacta est dos romanos. Todos atravessaram o rio Rubicão e quem nadou melhor e mais rápido chegou ao segundo turno. Muitos morreram afogados, a outros faltou fôlego e não poucos fizeram natação de mentirinha: fingiram que era a sério, mas tão logo a água chegou na barriga deu para ver que eles não eram de nada. Nem nadavam.

Cheque malandro

No tempo em que o cheque à vista ou pré-datado estava no auge do seu reinado, era comum alguém emitir um de alto valor para depois recolhê-lo antes que fosse descontado ou compensado. Sempre para impressionar alguém, normalmente uma mulher. Chamava-se na época de “cheque figuração”. O que estas figuras fizeram foi simplesmente o cheque-figuração.

Invenciones

Mas, e sempre tem um mas, os espertinhos que se lançaram a governador ou a Presidente da República tinham à mão o fundo partidário e outro concedido por mãos generosas evidentemente pago pelos otários deste imenso país, que são em torno de 200 milhões – oficialmente, 308 milhões, mas esse deve ser o número aproximado de vigaristas tupiniquins.

Fake a faca

Com a montanha de falsidade de informações não causou surpresa que veio mais um, digamos, desmentido. Foi o caso da menina que pretensamente foi mutilada por neonazistas que desenharam no corpo dela uma suástica cortada à faca. Desde o início achei estranho que a suástica estava ao contrário. Nazista antigo ou neo errar o desenho do símbolo ariano importado do Irã levantou a primeira lebre.

Tempos de ira

A Polícia investigou e chegou à conclusão que foi automutilação, inclusive indiciando a garota. O corte, segundo a Perícia, foi feito de cima para baixo. Vídeos de câmaras de segurança também mostraram que ela estava sozinha. Enfim, tudo não passaria do grotesco não fosse estarmos em plena campanha eleitoral. Logicamente, o PT deitou e rolou; também logicamente, a turma do Bolsonaro deitou e rolou quando a verdade veio a lume.

Fernando Albrecht é jornalista e atua como editor da página 3 do Jornal do Comércio. Foi comentarista do Jornal Gente, da Rádio Band, editor da página 3 da Zero Hora, repórter policial, editor de economia, editor de Nacional, pauteiro, produtor do primeiro programa de agropecuária da televisão brasileira, o Campo e Lavoura, e do pioneiro no Sul de programa sobre o mercado acionário, o Pregão, na TV Gaúcha, além de incursões na área executiva e publicitário.

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