A saída, onde está a saída?
Amílcar era um homem muito bem posto na sociedade bageense. Homem de forte tino comercial, tinha no futebol sua maior paixão. Não perdia jogo do seu time, e no Rio de Janeiro seu clube era o Flamengo. Um dia, o final do campeonato carioca se daria entre Flamengo e Fluminense no Maracanã, um Fla Flu para ninguém perder.
E o Amílcar, que não gostava de avião, se foi para o Rio num possante Monza. O único problema é que ele nunca tinha ido ao Rio, ainda mais de carro.
Saiu de Bagé dois dias e meio antes. A viagem se deu aos trancos e barrancos, porque a cada meia hora ele parava para pedir orientações, sempre enrolado na bandeira do Mengão.
Como chegar ao Maracanã era a pergunta repetida dezenas e dezenas de vezes. Entrou na cidade, pergunta daqui e dali, e conseguiu chegar ao estádio dez horas antes do jogo. Estacionou o Monza sem problemas e esperou dentro do carro.
A partida foi sensacional. Estádio lotado, o Mengo venceu. Na saída, levou um tempão para chegar ao carro, já à noitinha. Atarantado com aquela multidão toda, finalmente conseguiu ver um PM. Foi direto a ele e disparou a pergunta fundamental.
– Moço, onde fica a saída pra Bagé?
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