A profissão do futuro

12 set • Caso do DiaNenhum comentário em A profissão do futuro

 Delação premiada é um grande negócio. Vocês apronta, delata, cumpre uma pena leve e curta, devolve só o dinheiro que a autoridade sabe que está com você, enterra o resto e espera a poeira baixar. Não precisa nem ter faculdade. Basta ser esperto e saber contar – dinheiro. Só na Lava Jato já foram formados um monte. Uns falam em 90, outros em 179 delações premiadas. É um belo nicho de mercado, seja qual for o número exato.

 Chegaremos ao ponto de realizar até testes vocacionais nas crianças. Aquela história de quero ser piloto, quero ser engenheiro, quero ser jogador de futebol vai ter supremacia do “quero ser delator”. De vez em quando, um deles não passa no exame da ordem dos delatores, caso do Joesley, e se estrepa. Mas esse já era rico, eu falo de alguém ser pobre e chegar ao topo da delação, cuja nota é medida pelo volume de dinheiro arrecadado.

 Teremos cases, livros, artigos sobre como ser um bom delator e como se preparar para um breve período de cana de alguma prisão light, onde e como guardar a parte oculta do iceberg, o que fazer e sobretudo o que não fazer. Os dois maiores exemplos de como não fazer a coisa certa são o já mencionado Joesly e o Geddel Vieira Lima.

 Falta só um lema, que eu modestamente sugiro parafraseando o tempo da campanha do Proalcool: Delator premiado, vocês ainda vai ser um”.

Fernando Albrecht é jornalista e atua como editor da página 3 do Jornal do Comércio. Foi comentarista do Jornal Gente, da Rádio Band, editor da página 3 da Zero Hora, repórter policial, editor de economia, editor de Nacional, pauteiro, produtor do primeiro programa de agropecuária da televisão brasileira, o Campo e Lavoura, e do pioneiro no Sul de programa sobre o mercado acionário, o Pregão, na TV Gaúcha, além de incursões na área executiva e publicitário.

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