A primeira mulher de Adão
Sempre me encanzinei com uma história antiga de que Eva foi a segunda mulher de Adão, a primeira teria sido Lilith. Não sei onde li, mas certamente foi em algum texto sacrílego, porque ao comentar Lilith com um Irmão Marista nos tempos de colégio, o santo homem me ameaçou com as chamas vorazes do inferno. Mas ecziste, como dizia o seu Gutterman.
O que eu sabia era que ela era desbocada, contestava a autoridade do macho e o machismo e gostava muito de sexo não-procriador – a gravura de John Collier (1892) me dá razão. Ou seja, ela só pensava naquilo. Recorrendo aos alfarrábios e aos préstimos do rabino porto-alegrense Shmuel, fiquei sabendo que Lilith foi uma deusa adorada na Mesopotâmia com ventos e tempestades.
Lilith aparece como um demônio noturno na crença tradicional judaica e islâmica como a primeira mulher do personagem bíblico Adão, sendo que, em uma passagem (Patai 81: 455f), ela é acusada de ser a serpente que levou Eva a comer o fruto proibido – meu Deus, o velho Adão curtia um mènage à trois? A afirmação de que Lilith foi a predecessora de Eva, no entanto, surge apenas pela primeira vez no Alfabeto de Bem-Sira composto por volta do Século VII.
Agora vem a parte mais interessante. A Cabala, sistema filosófico-religioso judaico de origem medieval, refere-se a Lilith como uma mulher tão poderosa que virou conselheira de Deus, que não faria nada sem consultá-la. Faz todo sentido, não?
Faz todo o sentido! Nas bem sucedidas empresas familiares sempre foi assim. Com destaque para as pertencentes a integrantes da etnia hebraica. Sempre tem uma iídiche mame que manda em quem parece que manda.
Fernando a Lilith demostrou que as mulheres são mesmo muito ciumentas. Ela morria de inveja da Eva!