A pausa que não refresca

27 ago • Caso do Dia, NotasNenhum comentário em A pausa que não refresca

Pelo menos um terço do tempo dos jornalistas é dedicado ao medo. Medo de ser demitido.

EFEITO CONTRÁRIO

Os mais cínicos dirão que, de certa forma, as diatribes do Capitão trouxeram dinheiro dos países ricos para ajudar o Brasil a combater as queimadas, ajuda que não viria se ele não fosse quem ele é em matéria de metralhadora giratória.

QUEDA, DE NOVO

O governo do presidente Jair Bolsonaro é avaliado como ruim ou péssimo por 39,5% dos brasileiros, segundo indica a pesquisa do instituto MDA em parceria com a Confederação Nacional do Transporte (CNT). O trabalho mostra que 29,4% dos pesquisados consideram o governo ótimo ou bom e 29,1%, regular. Em fevereiro, esses índices eram de 39% e 29%. Ou seja, a fatura chegou.

PORÉM…

…nunca saberemos se a cauda dessa queda se deve à continuação da fraqueza econômica (e de renda, portanto) ou por suas declarações que uma parcela não quantificada da classe média acha de mau gosto, pelas queimadas/desmatamento, e que peso elas têm.

CARGA PESADA

Não é o caso de minimizar a presença da militância apoiando Sérgio Moro e Jair Bolsonaro no último domingo nas capitais. Quem viu a aglomeração de gente na avenida Goethe em Porto Alegre até se surpreendeu, tanto que a EPTC teve que fechar as duas vias da avenida, coisa que só acontecia em época de campanha eleitoral.

SEM FILTRO

Há uma sutileza nessa reação de apoio ao Capitão, por mais que ele seja criticado pela verborragia sem filtro. Parte da sociedade brasileira, não se sabe o porcentual, é como ele, antes mesmo de ele ser eleito e até antes de ele ser deputado. Ou seja, Bolsonaro é seu profeta. Veio para retroalimentar essa fatia social que detesta o politicamente correto. E como dizer “nós não caminhamos sós”.

GUERRA MUNDIAL

Bolsonaro não tem um ano de mandato, portanto, ainda é cedo dizer se ele aguenta o rojão até o final do mandato, ou as tais “forças ocultas” citadas por Jânio Quadros – quem falou em forças terríveis foi Getúlio Vargas – vencerão a guerra. É muita pressão de parte da grande imprensa. Getúlio não aguentou, mas o caso dele foi o “mar de lama” que recobria o Palácio do Catete inteiro.

FALTOU A CAPA

O recente encontro reservado entre Moro e o presidente está sendo traduzido e turbinado pela imaginação. Por estas vozes, Moro teria confrontado Bolsonaro na base de ou eu ou eles. Não há nenhuma prova sólida para comprovar essa hipotética áspera discussão. Então fica meio difícil que ela tenha ocorrido pelo simples fato de que os jornalões já teriam arrumado um jeito expresso de divulgá-la de uma forma ou outra. E na capa.

ALIÁS…

…não será tarefa fácil demitir Sérgio Moro, se é essa mesmo a intenção. Moro não cria problemas em público e sua popularidade está intacta mesmo depois do episódio dos vazamentos. É mais um nome para se botar no quadro das apostas da sucessão presidencial, se esse for seu desejo.

O BRASIL QUE FUNCIONA

Desafiando o futuro, mais uma vez

Francisco Gomes Neto – Presidente e CEO da Embraer:

Quando cheguei à Embraer há cerca de 100 dias, me chamou atenção a resposta dada pela equipe ao querer saber o que a fez a empresa se tornar um ícone global da indústria aeronáutica e colocar o Brasil em um seletíssimo grupo de países que fabricam aviões: “É o desafio que nos move”, respondem todos na Embraer. Ou seja, milhares de engenheiros, projetistas, mecânicos e técnicos movidos por uma paixão por superar desafios que parecem impossíveis.

Pode parecer um exagero para quem não é tão familiar à indústria aeronáutica, mas a Embraer foi muito além do que se imaginava naquele agosto de 1969, quando a empresa foi criada pelo governo federal. Um projeto do Estado brasileiro, tendo à frente a Força Aérea Brasileira e visionários como Ozires Silva.

Ao longo desses 50 anos, a Embraer produziu mais de 8 mil aeronaves e, hoje, a cada 10 segundos, um avião brasileiro decola em algum aeroporto do mundo. Somos a terceira maior fabricante de aviões do mundo, com reconhecimento internacional em todas as áreas que atuamos: na aviação comercial, líderes de mercado no segmento de até 150 assentos; na aviação executiva, um dos principais players com uma ampla linha de jatos (oPhenom 300, por exemplo, é o jato executivo mais vendido no mundo há sete anos em sua categoria); na área de Defesa, estamos lançando o KC-390, maior aeronave já produzida no Hemisfério Sul e que irá mudar a dinâmica do segmento de cargueiros militares e civis.

Mas o que poucos sabem é que a Embraer não fabrica apenas aviões. A empresa também desenvolve sistemas de controle de tráfego aéreo, de satélites, radares e soluções para indústria naval e segurança cibernética, além de mobilidade aérea urbana – temos um time, por exemplo, dedicado ao desenvolvimento do nosso “carro voador”, ou melhor, veículo elétrico de decolagem e pouso vertical (eVtol, na sigla em inglês).

Tudo isso graças a uma forte cultura de inovação, alimentada por um sistema de parcerias com universidades, centros de pesquisa, startups e outras empresas no Brasil e no exterior. Apenas em 2018, a empresa publicou 93 patentes, sendo 23 no Brasil e 70 no exterior.

A parceria com a Boeing na aviação comercial e na comercialização do KC-390 também irá fortalecer a empresa em um novo momento do mercado global, no qual fornecedores e concorrentes passam por um processo de consolidação. Alianças estratégicas fazem parte da história da empresa e são essenciais para abrir novos mercados, ganhar escala, gerar oportunidades para a nossa engenharia e fornecedores brasileiros.

Com tudo isso, não tenho dúvidas que a Embraer irá crescer e multiplicar seu valor de mercado ao longo dos próximos anos. Vamos manter o espírito dos pioneiros de desafiar o impossível e, dessa vez, expandindo nosso alcance em terra, mar, espaço e ciberespaço.

SENAR-RS INOVAÇÃO

A inovação também estará presente nas atividades promovidas pelo SENAR-RS durante a 42ª edição da Expointer, de 24 de agosto a 1º de setembro. As ações serão realizadas na esfera do programa Juntos para Competir, realizado em parceria com a Farsul e o Sebrae-RS com o objetivo de organizar e desenvolver as principais cadeias produtivas do Estado por meio de capacitação e integração do setor, melhorando a qualidade dos produtos e agregando valor à produção agropecuária.

As iniciativas voltadas à área da inovação irão ocorrer no Pavilhão Internacional, onde serão instalados nove estandes com startups focadas no agro com produtos diferenciados, especialmente para três cadeias produtivas (carne bovina, vitivinicultura e queijos). Haverá demonstração de produtos e interação com o público. Também será montada uma arena de inovação, em que está prevista a realização de ao menos quatro talks – conversas ou palestras ligadas à inovação, com apresentação de tendências e novas tecnologias, conforme explica o coordenador do escritório de Inovação do SENAR-RS, Renan dos Santos. A programação completa e os horários dos eventos podem ser conferidos no site do SENAR-RS.

Fernando Albrecht é jornalista e atua como editor da página 3 do Jornal do Comércio. Foi comentarista do Jornal Gente, da Rádio Band, editor da página 3 da Zero Hora, repórter policial, editor de economia, editor de Nacional, pauteiro, produtor do primeiro programa de agropecuária da televisão brasileira, o Campo e Lavoura, e do pioneiro no Sul de programa sobre o mercado acionário, o Pregão, na TV Gaúcha, além de incursões na área executiva e publicitário.

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