A pantera espantada

25 maio • Caso do Dia, NotasNenhum comentário em A pantera espantada

No final do imortal filme de Blake Edwars A Pantera Cor de Rosa, personagens de um baile à fantasia de animais perseguem-se em louca jornada ao redor de uma praça. O dono de um estabelecimento olha aquilo sem entender nada. Lá pelas tantas, ele puxa uma cadeira para a calçada a fim de ver aquela maluquice sentado.

ÀS CADEIRAS, CIDADÃOS

Pois é isso que sugiro às pessoas que ainda não perderam a sanidade com essa corrida maluca, um pastelão recheado de bizarrices com cobertura de abobrinhas. Primeiro que a ilustração da famosa curva dos casos não é mais publicada em boa parte dos jornais. No Rio Grande do Sul, os  números não têm mais essa ilustração. Da última vez que vimos, ela estava achatando ao nível de barriga de cobra.

AI DOS VENCIDOS…

…mesmo que ainda não tenham sido totalmente vencidos. O vírus, que o diabo o carregue, deu lugar às palavras e palavrões que foram ditos na tal reunião ministerial de consumo interno. Li que o Capitão falou sete vezes – atenção, tirem as crianças da sala –  o palavrão dos palavrões “bosta”. Que coisa mais horrível de de se dizer, mesmo em conversa informal, papo que jamais sonhou ser manchete. Por abobrinha que fosse.

SONHO DE COMENTARISTA…

… de programa de rádio é fazer um programa só com o que a bancada fala e ouve no intervalo comercial. Nos 12 anos que fiz parte do Jornal Gente, da Rádio Bandeirantes de Porto Alegre, era meu/nosso sonho de consumo impossível. Seríamos presos antes de o programa terminar.

PARA CHINÊS VER

No ano passado, a Federação Nacional Nacional dos Jornalistas fechou parceria de cooperação chamada Rota do Sol. Agora, a Fenaj e os sindicatos de jornalistas pedem que jornalistas criem depoimentos, reportagens e imagens sobre como enfrentamos e combatemos o vírus no Brasil. Excelente gancho. Agora vamos ensinar a eles como deveriam ter feito o combate ao coronavírus, mesmo que o Brasil esteja em segundo lugar em número de casos, bem à frente deles.

https://www.banrisul.com.br/bob/link/bobw00hn_promocao.aspx?secao_id=3310&utm_source=fernando_albrecht&utm_medium=blog&utm_campaign=bdcovid19&utm_content=centro_600x90px

Mas há outro aspecto interessante nesta questão. Democracia por não-democracia, o comunismo chinês deve ter atraído os jornalistas brasileiros, mesmo que o regime chinês seja um Frankenstein de comunismo capitalista, ou capitalismo comunista.  Verdade seja dita, nisso eles são eficientes. Só não contavam com a astúcia do coronavírus.

GATO E RATO

Em 1978, o líder da abertura econômica chinesa, Deng Xiao-ping, foi questionado se a abertura não seria uma contradição ideológica. Deng então soltou a famosa frase “não importa a cor do gato desde que cace ratos” . Como é que a União Soviética não pensou nisso?

Fernando Albrecht é jornalista e atua como editor da página 3 do Jornal do Comércio. Foi comentarista do Jornal Gente, da Rádio Band, editor da página 3 da Zero Hora, repórter policial, editor de economia, editor de Nacional, pauteiro, produtor do primeiro programa de agropecuária da televisão brasileira, o Campo e Lavoura, e do pioneiro no Sul de programa sobre o mercado acionário, o Pregão, na TV Gaúcha, além de incursões na área executiva e publicitário.

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