A outra Rua da Praia
Garanto que muitos porto-alegrenses não conhecem este trecho da Rua da Praia que fica entre a rua Caldas Júnior e a Casa de Cultura Mário Quintana, antigo Hotel Majestic. Nos meus tempos de repórter policial do jornal ZH, quando o dono era o grande jornalista carioca Ary de Carvalho, a região tinha má fama, com bares onde gente elegante nem queria conhecer.
Rua paralela, a Sete de Setembro igualmente era barra pesada, com prostituição a céu aberto. Hoje, é reduto de restaurantes como se observa na foto, com muito verde e tranquilidade.
BOCA ENTAIPADA
Era assim que, nos anos 1960, chamávamos este trecho, repleto de bares e motéis de última, com um que outro prédio residencial de boa qualidade. O perigo começava depois das 20h/21h. Como meu negócio era lidar com gente de boca entaipada, ficava bem à vontade. Eu e jornalistas da antiga Caldas Júnior.
Meu mocó – outra giria da época – era o Bar Leão, onde o poeta maldito Moacyr Ribeiro poetava.
Hoje, amanheci com uma vontade louca de brigar com Deus.
Foram madrugadas regadas a cervejadas, suor, risos e lágrimas derramadas por amores perdidos ou nunca achados, grandes amores, grandes exatamente porque impossíveis. A carne cansa rápido da carne alheia. As madrugadas davam lugar às manhãs cruéis, até o novo ciclo na madrugada seguinte. Sempre de prontidão.
Éramos jovens então.
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Bem pouco tempo atrás, antes da pandemia, com alguns amigos nos reuniamos perto do meio dia para bebericar, dar risadas e jogar conversa fora. Grupo de que fazia parte um amigo nosso, mas que partiu rumo ao andar de cima, o adv A.C. Estrella, de quem sei tinhas tambem grande estima.