A ordem muda tudo
A ordem dos tratores não altera o viaduto, brincávamos nós no colégio parafraseando o princípio matemático “a ordem dos fatores não altera o produto”. Pode ser nesta ciência, mas funciona exatamente ao contrário no dia a dia. Por exemplo, observem este título do site BrasilTuris:
A IATA relata crescimento sólido mas lento na aviação global. A informação da Associação Internacional de Transporte Aéreo parece ser o caso, mas não é. É só alterar a ordem para causar um outro impacto dente do clássico conceito do copo meio cheio ou meio vazio. Na chamada, a impressão é negativa porque a parte ruim vem no final. Mudando a ordem, muda de negativo para positivo.
IATA relata crescimento lento mas sólido na aviação global.
Muda tudo, né? Há um outro exemplo clássico
O João é um ótimo executivo, pena que bebe.
O cidadão em tela não seria contratado por sua empresa.
Mas se alterarmos para:
O João bebe, mas é um ótimo executivo.
Você empregaria o João, certo?
Lei da Mercedes
Também conhecida como Princípio da Metamorfose. Se uma mulher de meia idade e nada bonita estiver dirigindo uma Mercedes SL AMG top de linha, ela automaticamente aparentará ter metade da idade e se transformará em uma beleza de mulher.
Parágrafo único
Da mesma forma, se uma mulher pobre e feia enricar de repente ela passa a ser definida como tendo uma “beleza exótica”.
Cena no Cartório
Nome do rebento:
– Ministro
Como assim, ministro?
– Como o senhor bem ouviu, Ministro; Ministro da Silva.
O escrivão tentou processar a informação. Antes que voltasse a falar, o pai do Ministro falou.
– Se tem pai que bota Maiquel, Maiqueljekinson, Uelintão, Uasintão eu posso botar o nome de Ministro para meu rebento. Satisfeito?
– O senhor é quem manda – respondeu o funcionário do Cartório de Registo de Pessoas Físicas.
(Li algo parecido nos anos 1970, não lembro se do Fernando Sabino ou Rubem Braga. Então o pai do Ministro não sou eu, mas sou pai do Ministro na parte final).
Fernando Albrecht é jornalista e atua como editor da página 3 do Jornal do Comércio. Foi comentarista do Jornal Gente, da Rádio Band, editor da página 3 da Zero Hora, repórter policial, editor de economia, editor de Nacional, pauteiro, produtor do primeiro programa de agropecuária da televisão brasileira, o Campo e Lavoura, e do pioneiro no Sul de programa sobre o mercado acionário, o Pregão, na TV Gaúcha, além de incursões na área executiva e publicitário.
