A onça e a capivara
A onça estava tomando uma fresca embaixo de uma árvore quando uma capivara passou nadando a uma prudente distância da margem. Usando seu charme felino, levantou o patão como que acenando.
– Vem cá, neném, vamos brincar de pegar?
O maior roedor do mundo levantou o focinho, indignado.
– Mais respeito, sua piranha felpuda! Eu não sou teu neném. Pra começar, sou macho – ca-pi-va-ro, entendeu? Tanto que lá no Sul me chamam de capincho!
– Tu fica bonitinha zangada, neném. Vem pra cá que vamos procurar ninho de cavalo. Vai ser tão bom…
Nisso a água ao redor do capincho começou a ferver. Bateu o pânico nele e, em seguida, começou a ser devorado por centenas de fileiras de dentes. Em menos de um minuto só sobrou pelo e osso que daria para fazer cabide ou pente direto. Quando ela falou “piranha”, elas acharam que era convite para jantar.
Moral da história: em rio que tem piranha, até jacaré nada de costas.