A nossa Sapucaí

11 nov • Caso do Dia, NotasNenhum comentário em A nossa Sapucaí

Com exceção de barulheiras eventuais, a campanha eleitoral  nas ruas de Porto Alegre está meio borocoxô. Parece desfile de escola de samba na Marquês de Sapucaí, quando os figurantes só se empolgam ao chegarem perto das câmeras da Globo e do camarote dos jurados. O camarote oficial de Porto Alegre é a esquina Democrática.

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A VOLTA DOS QUE NĀO FORAM

A lista dos candidatos a prefeito de Porto Alegre é quase sempre a mesma desde os anos 1990 e até antes. Certo, de vez em quando aparece uma Manuela ou um Marchezan, mas quase todos os demais são figurinhas carimbadas de outros carnavais. Eventualmente, em sistema de rodízio.

A SANTÍSSIMA TRINDADE

O caso típico é o PT, que desde o final dos anos 1980 escolhe entre Tarso Genro, Raul Pont e Olívio Dutra. No banco, Miguel Rossetto, que agora se fardou para vice de Manuela D’Ávila, do PCdoB. Houve um “estrangeiro” que se elegeu prefeito, João Verle. No mais, são variações sobre o mesmo tema.

OS ETERNOS CONHECIDOS

A esquerda em geral não gosta de ouvir que ela é ruim de renovação. É herança da Revolução Comunista de 1917, da qual é herdeira mesmo que – também – fiquem fulos com essa verdade. Que dói. Na implodida URSS, era a ditadura dos anciãos. Lideranças com menos de 70 anos eram consideradas da Juventude Comunista. Quando os soviéticos buscaram sangue novo com Mikhail Gorbachev, já era tarde. Mais latinos, os chineses se real bem com a turma -60.

DO LADO DE LÁ

Também não muda muito. A cacicama do MDB, PP e outras siglas nascidas do ventre de 1964, também já poderiam pedir o hoje. Em ambos os lados, uma verdade expressa por um velho ditado: cachorro não larga osso. Mesmo sendo idoso, acrescento eu. São os mesmos caciques que controlam as nomeações com altos salários na máquina do governo e estatais. Quem destruiu os Correios foi o MDB mineiro, no governo Lula.

Raposa velha sempre tem galinheiro novo à disposição.

FESTA NO INTERIOR

Em parte do Interior gaúcho, a política é controlada pelas mesmas pessoas e famílias. Mesmo estando extinta, a Arena dos idos de 1964 segue combatendo a “esquerda” emedebista, como foi antes de virar PMDB e novamente MDB. Foi a única mudança de lá para cá.

O PDS COMUNISTA

Se quiserem falar em esquerda, o PDS, hoje PP,  tinha no seu programa a cogestão de empregados e donos nas fábricas para tocar o negócio. Nem ele se lembra mais disso. E nem mesmo partidos inimigos se lembraram de acusar o PDS de comunista.

MEU NOME É…

Quando os partidos políticos foram extintos pelo governo militar, prontamente surgiram a Arena, Aliança Renovadora Nacional, pró governo, e o MDB, Movimento  Democrático Brasileiro. Nenhum deles tinha “partido no nome, por isso o MDB colocou um “P” na frente.

Por incrível que pareça, os burocratas do partido chegaram a pensar em batizar a nova sigla de “Modebras”, para imitar  as estatais como a Petrobras e Eletrobras. Se tivesse vingado, seria a primeira estatal política brasileira.

Pensando bem, é. Se não na época, é hoje.

Fernando Albrecht é jornalista e atua como editor da página 3 do Jornal do Comércio. Foi comentarista do Jornal Gente, da Rádio Band, editor da página 3 da Zero Hora, repórter policial, editor de economia, editor de Nacional, pauteiro, produtor do primeiro programa de agropecuária da televisão brasileira, o Campo e Lavoura, e do pioneiro no Sul de programa sobre o mercado acionário, o Pregão, na TV Gaúcha, além de incursões na área executiva e publicitário.

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