A noite em que fui dois (final)
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Sucedeu que, em algumas noites, quando os plantões policiais, BM e Bombeiros estavam calmos, o JO ia jantar e com ele seu fotógrafo, o Careca. Às vezes, também o motorista da Kombi da CJCJ, o Milani. Os fotógrafos que trabalhavam comigo foram vários, o Leonid Streliaiev, o Uda; Assis Hoffmann; Sérgio Arnoud; Waldomiro Soares; entre outros. Então a gente segurava a barra caso, desse alguma bronca das grandes.
Certa noite, depois de uma estada breve no DPJ, no Palácio da Polícia, o JO disse que ia jantar; o Careca também queria aproveitar a calmaria para quebrar um galho, e o Milani entrou na onda. Para completar o fuzuê, o Uda também pediu para namoriscar, namoro inadiável. Então vejam a cena, eu com duas máquinas fotográficas e flash. Comigo, apenas o motorista Luismar. Mas estava calmo, pensei, então Deus é grande e a noite é curta.
Não era nada. De repente, alguém atacou a Rural onde estávamos perambulando e disse que tinha havido um acidente feio na Protásio Alves, então eu e o Luismar fomos direto. Era feio mesmo, um morto, dois feridos. Um fusca abraçou um poste, que não gostou nada dessa intimidade e revidou na maldade. Para encurtar o causo, eu fotografei a cena com máquinas dos dois jornais, da ZH e da Folha da Tarde. Uma hora depois, alcancei a história e os dados para o JO. Fazia parte.
De maneiras que, no arquivo fotográfico da Caldas Júnior, deve ter uma foto de um acidente terrível assinada pelo Careca, mas que, na realidade, foi minha. Igualmente, no arquivo da ZH deve ter uma foto com crédito do Uda, mas quem a bateu fui eu. Lembra isso, Jorge Olavo. Como nós cinco rimos depois que tudo deu certo?
Abraço, meu querido amigo Jorge Olavo. Um dia vamos rir disso tudo sorvendo o drink Caju Amigo, no Clube Nordestino da rua 7 de Setembro ou no Bar Leão na Rua da Praia.
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