A mostarda da Margô
Estávamos eu, o artista plástico Léo Henrique Fuhro e o ator Paulo César Peréio comendo sanduíche aberto no Bar Arthur, na Alberto Bins, perto do viaduto. Era um barzinho pequeno, especializado em comida alemã de primeira, tocado pelo seu Heinz e a irmã dele, Margô. Peréio provou a mostarda forte e resmungou.
– Traz mostarda pra homem, Margô.
A alemoa, que já não ia muito com a cara do Peréio, foi nos fundos do bar e trouxe um vidro com a mostarda mais forte da casa. Parecia ácido de bateria. Ela ficou por perto para ver a reação. O Peréio botou uma colher cheia no dorso da mão e botou na boca. Meneou a cabeça em código “mais ou menos”.
Eu me afastei um metro e meio da mesa com lágrimas nos olhos logo que a Margô abriu o vidro, imagina! E o outro come a mostarda-atentado de colher.