A molinha salvadora
Apesar das medonhas barbaridades que a humanidade cometeu ao longo da história, sempre deixo um espaço para me maravilhar com o engenho humano. Nem vou falar nas conquistas tecnológicas no campo da ciência e mesmo no dia a dia. Lembro do primeiro rádio portátil Spika da Sony, que consegui comprar com meu minguado salário de bancário. Ouça um radinho daquela época e compare a qualidade do som com o que você recolhe de músicas no You Tube e as ouve com fone de ouvido que qualquer camelô vende por meia dúzia de pilas.
O que me empolga é quando me debruço sobre os avanços da medicina. Vejam o caso do Faustão. Deu um treco no bobo dele, fez angioplastia, botou aquelas molinhas chamadas stents e ontem mesmo já estava trabalhando. Verdade que uma determinado parte do corpo deve estar piscando, mas logo passa.
Não faz muito tempo que te abriam ao meio, como costilhar inteiro do boi para churrasco capaz de matar a fome de 20 pessoas; depois tiravam uma veia mamária ou outra e faziam gato e sapato do coração até botar peça nova. Depois te costuravam de volta e aí doía pra caramba. Até fechar tudo levava semanas. E para ganhar confiança no taco mais outro tanto.
E graças à nanotecnologia, em breve, muito breve, vão te injetar um monte de reloginhos e broquinhas em miniatura que vão te curar antes mesmo de a doença aparecer.
Isso que é vida. Só quem não vai gostar é a Previdência.
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