A madrugada do morto (Final)

15 maio • A Vida como ela foiNenhum comentário em A madrugada do morto (Final)

   O que aconteceu foi um acidente de trabalho. Ela tinha acertado um programa com um homem de meia idade. Então foram para um motel muquirana, na realidade um quarto desses que têm uma placa de “aluga-se”. Em pleno combate de Eros, o sujeito soltou um grito e morreu. Asi no más, sem  aviso prévio, sem lenço, nem documento.

   Apavorada, a garota começou a gritar. O resto vocês podem imaginar. Veio o dono do quarto, veio a Polícia, veio a suspeita de que ela tinha matado o cara e, enquanto o legista não determinou a causa mortis, ela estava detida.

    Quanto entrei na sala onde ela estava, que se deu a súplica. Então falei com o inspetor encarregado e perguntei em que estágio estava o caso. Repórter sempre teve prestígio.

    – O  doutor está terminando o laudo. Mas parece que foi infarto mesmo, fulminante. Vou liberar a garota. E como sempre acontece nestes casos,  o cabra morreu de garrão em pé.

  Dei a boa notícia para a mina do Bironha. Eu não sabia, mas quando alguém morre em pleno ato sexual, o membro não entra em estado de repouso, fica como estava antes de morrer.

    Vivendo e aprendendo. No caso do indigitado cidadão, morrendo e aprendendo.

Fernando Albrecht é jornalista e atua como editor da página 3 do Jornal do Comércio. Foi comentarista do Jornal Gente, da Rádio Band, editor da página 3 da Zero Hora, repórter policial, editor de economia, editor de Nacional, pauteiro, produtor do primeiro programa de agropecuária da televisão brasileira, o Campo e Lavoura, e do pioneiro no Sul de programa sobre o mercado acionário, o Pregão, na TV Gaúcha, além de incursões na área executiva e publicitário.

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