A loira do Plazinha (conclusão)

29 jan • A Vida como ela foi1 comentário em A loira do Plazinha (conclusão)

 

“Era uma secretária que conheci naquele dia. Cheia de nove-horas e recatos, comportava-se como uma freira”.

O jornalista então queria saber que diabo de cena fora aquela na noite anterior e como havia terminado o caso. E quem era a mulher? – Pois é. Era uma secretária que conheci naquele dia. Cheia de nove-horas e recatos, comportava-se como uma freira. Mas concordou em sair. Sentamos no bar, um martini para ela, e dei o pontapé inicial na cantada. O sujeito deu um gole no chope, enxugou a espuma com as costas da mão e prosseguiu. – Aí ela veio com uma história estranhíssima. Disse que acabara de se separar do marido, um profissional liberal. Na tentativa de consertar o casamento combinaram uma segunda lua de mel em um hotel de Camboriú, aproveitando um congresso do qual ela participaria. Os apartamentos davam para a piscina; Mais um gole longo de chope. – Ia tudo nos trinques quando deu zebra, contava ela. No encerramento, o tal congresso entrou madrugada adentro. E ela ficou esperando a volta do queridinho. Foi quando viu um jovem se afogando na piscina. Como ela era nadadora, salvou o rapaz. Que tinha engolido muita água e aí ele teve que fazer a respiração boca-a-boca…. sentiu o desfecho? – Senti – disse o jornalista. – Pois justo na hora do boca-a-boca o maridão entrou, achou que ela estava tendo um caso com o rapagão. Injustiça, veja no que dá em fazer o bem, choramingava ela. Fim de casamento. Mais um gole. – Daí que eu fiz o que você viu. Levantei, olhei embaixo das mesas e para todos os lados. “Ué”, disse ela, você procura quem?” Aí foi a minha vez. “Não é pra mim que você está contando essa história, né? Deve ter algum babaca acreditando nessa tua lorota escondido por aí”, falei. Porque tú tá é me tirando pra otário com essa história”. – Bom, até aí eu vi. Vocês saíram, ela uma arara. Não deu jogo? O cara tomou o resto do chope, botou o dinheiro na mesa e foi saindo. – Claro que deu jogo! Fomos diretos para o Motel Coqueiro, no Morro Santa Teresa. Ou você acha que uma dona que inventa uma lorota dessas não está a fim de um combate entre lençóis?

 

Fernando Albrecht é jornalista e atua como editor da página 3 do Jornal do Comércio. Foi comentarista do Jornal Gente, da Rádio Band, editor da página 3 da Zero Hora, repórter policial, editor de economia, editor de Nacional, pauteiro, produtor do primeiro programa de agropecuária da televisão brasileira, o Campo e Lavoura, e do pioneiro no Sul de programa sobre o mercado acionário, o Pregão, na TV Gaúcha, além de incursões na área executiva e publicitário.

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One Response to A loira do Plazinha (conclusão)

  1. Anônimo disse:

    Da hora esse site, bom post.

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