A guarda-tudo

17 set • A Vida como ela foiNenhum comentário em A guarda-tudo

A palavra Capanga diz alguma coisa para vocês, além do uso conhecido? Pois era o nome oficial de uma bolsinha para homens lançada em 1971, em todo o Brasil, pela empresa Mundial (artefatos de couro). Era pequena, cabiam nela documentos, dinheiro, caneta, chaveiro e outras miudezas. Tinha uma alça que se enrolava no pulso para não perdê-la. Era conhecida também como leva-tudo. Mas adivinha só: mesmo assim se perdia. Talvez porque homem não tinha hábito de usar bolsa desde cedo como as mulheres. Passou a ser chamada de perde-tudo.

Não eram caras, e até davam um certo status. Hoje nós chamaríamos os que as usavam de descolados. Com o tempo, a Capanga passou a ser imitida e, claro, aumentou de tamanho. Por volta de 1974, a moda era usar um bolsão, de couro ou plástico imitando couro. Aí já cabia nela um jornal inteiro, folhas (laudas) de jornal, o que era útil para jornalistas. Usava-se com uma alça que podia ser aumentada. Mas nunca era usada atravessada como hoje.

Quer dizer, a moda voltou no formato grande, uma brocada por assim dizer. Eu não ficaria surpreso se, em breve, a Capanga original voltasse com honra, brilho e com outro nome. A moda, assim como a piada, repete-se. Do jeito que anda a segurança pública, uma bolsa pequena é ideal para se usar no verão, quando não há bolsos para guardar celular, dinheiro, documentos e chaveiro.

Fernando Albrecht é jornalista e atua como editor da página 3 do Jornal do Comércio. Foi comentarista do Jornal Gente, da Rádio Band, editor da página 3 da Zero Hora, repórter policial, editor de economia, editor de Nacional, pauteiro, produtor do primeiro programa de agropecuária da televisão brasileira, o Campo e Lavoura, e do pioneiro no Sul de programa sobre o mercado acionário, o Pregão, na TV Gaúcha, além de incursões na área executiva e publicitário.

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