A grande chance

6 dez • Caso do Dia, NotasNenhum comentário em A grande chance

Neste ano de 2019, a Mega da Virada, que normalmente oferece a maior premiação do ano, deve pagar entre R$ 300 e R$ 350 milhões, quando chega à 11ª edição. Nas 10 premiações anteriores, foram 103 ganhadores, metade deles em 2018 (52). Sabem quantas vezes um porto-alegrense papou o prêmio principal? Nenhuma. A informação é do matemático Davi Castiel Menda, que também organiza bolões.

Mas devagar com a inevitável teoria da conspiração. O Rio Grande do Sul já foi contemplado 36 vezes com o prêmio principal da Mega Sena, e é o sexto colocado nacional, com quase R$ 600 milhões. Cidades com menos de 20 mil habitantes tem dado sorte aos seus moradores. Uma delas, Fazenda Vilanova, no Vale do Taquari, com cerca de três mil habitantes, papou a Mega da Virada em 2016, anota Menda.

 O ESPAÇO COMO META

Os economistas de entidades empresariais já avisaram que a inflação de novembro vai ser maior do que a de outubro. Eu digo que vai ser bem maior. Tem a carne e o dólar que foram para o espaço e as Loterias da Caixa que, não demora muito, serão apenas para ricos, em especial a Mega Sena, justo a que paga mais. A aposta simples pulou de R$ 3,50 para Cr$ 4,50, nossa mãe!. Isso dá quase 30%.

SOLUÇÕES DE PESO

Já observei aqui: entidades empresariais e assemelhadas têm o costume de premiar sempre os mesmos. Em parte, porque o Rio Grande do Sul não tem muitos deles; de outra, falta prospectar nomes interessantes, especialmente no Interior.

Se os mais premiados com medalhas, troféus e placas carregassem todas só levantariam da cadeira com o auxílio de um guincho de levantar tanque de guerra.

MERCOSUL FURADO

Tomara que essa reunião de cúpula dos presidentes dos países do Mercosul, no vale dos Vinhedos, em Bento Gonçalves (RS), resulte em mudanças. Como está, ou estava, não fazia o mínimo sentido. Quem comprava dulce de leche uruguaio tinha o produto confiscado. Às vezes, a federal parava os carros dos turistas brasileiros 10 ou 15 quilômetros depois da aduana.

MISTÉRIO DO DULCE DE LECHE

Nunca consegui entender porque logo o doce de leite (que bota o nosso no chinelo) merecia essa atenção toda. O impacto na balança comercial deveria ser zero vírgula qualquer coisa. Os excelentes embutidos argentinos e uruguaios também não podiam entrar. A explicação oficial é o risco de contaminação de microrganismos alienígenas.  Isso é papo furado, e sabem por quê?

Porque os mesmos embutidos italianos, franceses, portugueses entre outros países têm livre entrada e podem ser encontrados nas casas do ramo ou nas bancas do Mercado Público. Cheira à reserva de mercado. Mesma coisa com os queijos. Então que diabos de livre comércio é esse em que você não pode nem aumentar sua taxa de glicose?

 ESCOLHA DE SOFIA

A MP que permitiu a publicação de balanços de empresas apenas no Diário Oficial digital sem custo sem precisar mais dos jornais impressos caducou. Em janeiro, ela deveria ser examinada pelo Congresso. Mas o Capitão já avisou que vai reededitar a Medida Provisório. Essa é uma questão delicada. Para as empresas, seria um custo a menos, mas para os jornais – que já apertaram os cintos até o último furo – é um baita prejuízo.

O caso é que Bolsonaro quer punir os grandes jornais que ele diz que o atacam sem trégua, como O Globo e a Folha de S. Paulo. Mas o fogo cruzado pegará outros jornais que o apoiaram desde o início. Parte deles não aguentará a falta desse faturamento. Dizem que a ordem veio da turma do Guedes.

Fernando Albrecht é jornalista e atua como editor da página 3 do Jornal do Comércio. Foi comentarista do Jornal Gente, da Rádio Band, editor da página 3 da Zero Hora, repórter policial, editor de economia, editor de Nacional, pauteiro, produtor do primeiro programa de agropecuária da televisão brasileira, o Campo e Lavoura, e do pioneiro no Sul de programa sobre o mercado acionário, o Pregão, na TV Gaúcha, além de incursões na área executiva e publicitário.

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