A Globo que eu queria
Eu queria a Globo de décadas anteriores quando o Jornal Nacional era apresentado pelo Cid Moreira e depois por Sérgio Chapelin. O Cid, com aquela sua placidez, passava uma imagem de tranquilidade mesmo quando o mundo estava sob mau tempo. O JN focava mais em fatos & acontecidos que foco apenas em minorias, que já nem são mais tão minorias assim, e cuidava das maiorias, que hoje parecem ser minorias.
Eu queria a Globo do tempo do Viva o Gordo, do Chico City e do todos os inesquecíveis comediantes, incluindo os do segundo time. Eu queria a Globo do Chico e do Jô e das artes que eles produziam nos seus quadros. Eu queria os atores e atrizes da Escolinha do Professor Raimundo. Eu não queria os programas “humorísticos” da Globo de hoje, com mais caras e bocas que humor. Eu queria a Globo do Max Nunes.
Eu queria a Globo das novelas Saramandaia e Bem Amado, a magia das formigas saindo o nariz de um dos personagens, o realismo fantástico do Juca com sua corcunda. Queria a Suzana Vieira no seu auge. Eu queria até o casal 20 Tarcísio Meira e Glória Menezes. Eu queria tanto que atores e atrizes fizessem menos protestos que atuação, inclusive falando mal da emissora que lhes paga tão bem. Eu queria a Globo daqueles tempos em que a rede fazia jus ao lema de lazer ou entretenimento e informação.
Eu também queria a Globo quando era comandada pelo doutor Roberto Marinho.