A filosofia do buraco  

21 jul • A Vida como ela foiNenhum comentário em A filosofia do buraco  

O hoje publicitário, Paulo Boa Nova já foi repórter da Zero Hora há muito tempo. Ele entendeu de optar pela propaganda e na época me consultou sobre a mudança. Disse a ele que o jornal perderia um grande repórter, mas repórteres são mal pagos, como de resto toda a categoria. E não o disse em vão.

Semanas antes, deram ao Paulinho uma pauta esquisita para a época, que ele fizesse uma matéria sobre um buraco na avenida Assis Brasil. Foi um pega-ratão, maldade, tipo “vamos ver como ele se safa dessa hehehe”. Na época o hehehe não era grafado, só ouvido. Pois o cara foi lá e fez uma baita de uma matéria sobre as injunções do buraco, sobre o trânsito e o comércio da área.

Fico imaginando como o Paulo se sairia hoje se fosse repórter e o mandassem cobrir os buracos nas ruas de Porto Alegre. Na época, um dos taludinhos chamava a atenção, hoje é apenas um entre sabe Deus quantos. Digo isso porque todo santo dia me mandam fotos dos buracos da Mui Leal, e se fosse atender todos os pedidos teria que ter dez páginas e não apenas uma.

Fernando Albrecht é jornalista e atua como editor da página 3 do Jornal do Comércio. Foi comentarista do Jornal Gente, da Rádio Band, editor da página 3 da Zero Hora, repórter policial, editor de economia, editor de Nacional, pauteiro, produtor do primeiro programa de agropecuária da televisão brasileira, o Campo e Lavoura, e do pioneiro no Sul de programa sobre o mercado acionário, o Pregão, na TV Gaúcha, além de incursões na área executiva e publicitário.

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