A fenda de Bujuru

17 jun • A Vida como ela foi1 comentário em A fenda de Bujuru

Está na moda não só ter contato com seres extraterrestres como também ser abduzido por eles. Existe uma organização UFO no Brasil que tem feito um bocado de barulho, incluindo um recente congresso de abduzidos no qual trouxeram gente famosa que se diz vítima dos ETs.

Ao longo dessa minha longa jornada tenho constatado que em tempos difíceis a humanidade se volta para o místico e, na falta dele, aos seres de outros planetas e galáxias. O universo fascina, assim como a possibilidade de vida eterna. Por isso que múmias e vampiros estão sempre na moda, pelo caráter imortal dos faraós e sugadores de sangue alheio. Talvez fossem coletores de impostos que foram amaldiçoados por bruxo contribuinte.

Nos anos 90 e início de 2000, eu e o jornalista Rogério Mendelski, então na Rádio Gaúcha, turbinamos as abduções. Eu escrevia no JC e o Rogério amplificava na rádio. E boa parte acreditava nas invencionices, inclusive que em Bujuru, pequena cidade no litoral gaúcho, existia uma fenda espacial, uma espécie de reta final-vertical para a descida dos UFOs.

Um colunista social já falecido, Azul Marinho Castilhos, entrou no nosso jogo e “confessou” ter sido abduzido e abusado por um ET quando estava a bordo do iate de um milionário tibetano. Imaginem, um iate no Tibete! Levamos essa história por meses, dentro da lógica por nós chamada de Lógica Balaústre, que dá para enganar muita gente o tempo todo.

 

Fernando Albrecht é jornalista e atua como editor da página 3 do Jornal do Comércio. Foi comentarista do Jornal Gente, da Rádio Band, editor da página 3 da Zero Hora, repórter policial, editor de economia, editor de Nacional, pauteiro, produtor do primeiro programa de agropecuária da televisão brasileira, o Campo e Lavoura, e do pioneiro no Sul de programa sobre o mercado acionário, o Pregão, na TV Gaúcha, além de incursões na área executiva e publicitário.

FacebookTwitter

One Response to A fenda de Bujuru

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

« »